Junho de 2011... Essa foi a viagem do PQP... sabe aquelas ocasiões que a única frase possível para expressar o momento é um sonoro, pausado e comprido PQP !?!?!?!?! pois é, foram vários.
Descendentes de italianos, tanto eu, quanto a Milene, sempre tivemos o sonho de viajar para a Itália.
Aproveitando a "desculpa" dos nossos 15 anos de casamento (23 anos juntos), resolvemos transformar o sonho em realidade. Nossa situação profissional e pessoal ajudaram em muito a decisão, com possibilidade financeira e as crianças já maiores, ficamos mais tranquilos em ficar alguns dias fora.
E é claro que não poderia faltar um passeio de moto por lá, com alguma moto italiana (Ducati, Vespa, Guzzi, Aprilia).
A Itália é fanática por motos, são muitas, de todos os tipos, tamanhos, estilos. Em Roma por exemplo a predominância é de Scooters, pouco se vê motos de alta cilindrada. Nos Alpes as bávaras BMW são quase a maioria. Milano tem de tudo, muitas bikes também. O que menos vi foram as custom.
Os carros da Itália são um capítulo a parte. Em Roma, igual as motos, predominam os compactos, todas as marcas possuem os tipo "1". Mas tem muito carrão por lá também.
Conforme tínhamos programado, em Lucca fomos na loja da Ducati para alugar um dos modelos. Experimentei alguns, pensando mais no conforto da Milene. A escolhida foi uma Ducati Multistrada 1100. ¢300,00 por dois dias, e ainda com franquia se desse alguma zica. Mesmo assim topei, afinal era um sonho a ser realizado.
Pegamos a moto perto do meio dia e já saímos para fazer um passeio pela Toscana, a alta, então seguimos em direção norte. Fomos passando por pequenas e belas cidades com estradas que fazem parecer a Serra do Rio do Rastro uma BR101. Muitas curvas, subidas e decidas e mais curvas, fechadas, algumas passam um carro somente por vez.
Vale aqui um comentário: a Itália toda tem asfalto, ligando qualquer coisa a lugar nenhum, e sempre asfalto perfeito, não vimos buraco. Isso se deve ao fato de quase não existir caminhões grandes nas estradas (exceto nas autoestradas A). Todo o transporte por lá é feito de trem, inclusive de pessoas, por isso ônibus também é raro. Nas A paga-se pedágio, e não é muito barato, mas a pista é ótima e a velocidade é de 130 km/h (mínima, por que o pessoal anda bem mais que isso).
Nada fácil andar nessa moto, muito pela inexperiência minha em moto bigtrail, afinal tinha uma custom, ainda mais uma Boulevard C1500 que parece um Galaxie.
Fomos até a cidade de Verrucole, que fica em San Romano in Garfagnana. Foram uns 200 km (ida e volta), por que o percurso teve várias idas e vindas, por pequenas tortuosas e inclinadas estradas. Saímos dos 60m de altitude Lucca para 800m lá em Verrucole. Escolhemos ali por causa de uma fortaleza muito legal, que tinha uma murada enorme com visão diferenciada.
A subida para a fortaleza foi um show a parte, um caminho de mais ou menos uns 50cm de largura feito de pedras (pedregulhos), foi pauleira para subir com garupa na Ducati com motor de 1100cc... bom, graças, deu tudo certo.
Fortezza Verrucole
Para variar estava muito quente acima dos 35 graus !!! Retornamos pelas 18h bem cansados, mas satisfeitos.
Castelo di Nozzano, Lucca
No dia seguinte o roteiro era mar ! Saímos cedo de Lucca para evitar o calor, mas não resolveu muito, outro dia escaldante, mas igualmente bonito. Seguimos em direção a Cinque Terre pegando o litoral e costeando para conhecer, depois retornamos pela autostrada que é bem mais rápida. Rodamos cerca de 250km.
Porto de La Spezia
A Cinque Terre (cinco terras) são Monterosso, Vernazza, Riomaggiore, Corniglia e Manarola, todas nas encostas da Liguria. A foto abaixo mostra uma boa ideia da posição dessas cidades na enconsta Liguria.
As estradas são uma atração a parte... imagina uma Serra do Rio do Rastro, mas com o triplo de curvas e trechos onde só se passa um carro. Várias curvas tem aqueles espelhos para se ver se vem algum outro veículo. A inclinação é grande, na moto exigiu um grande esforço físico para se manter na moto, principalmente quando freava na curva e descida...
Tomamos banho no Mar Mediterraneo, na cidade de Monterosso (Cinque Terre)
Cascalho e água muito fria, mas estava ótimo !
Coisa de primeiro mundo: pagamos EU$ 23,00 por dois lugares na areia com guarda sol gigante, cadeiras confortabilíssimas, uma casinha particular para se trocar e deixar as coisas, banheiros e chuveiro, isso tudo pelo dia inteiro. Ficamos só umas 2h, mas valeu a pena. Nem o estacionamento pagamos pois o cara era brasileiro e quando viu nossa camisa com a bandeira do Brasil já veio papear.
Mais uma grata coincidência, 33 sempre foi o número que me acompanha (por isso o 33 no meu logo), quando cheguei na loja para locar a moto e pegar um capacete, nenhum deles me serviu. O cara conseguiu esse que era o capacete de uso pessoal do dono da empresa...
Minhas impressões da Ducati Multistrada 1100: Motor absurdamente forte, um verdadeiro coice. Os freios idem, fortíssimos, o dianteiro até demais as vezes. Não gostei da posição de pilotagem, achei muito para a frente, forçando sempre o corpo para o guidão, o tempo todo eu tinha que me posicionar melhor. Com a Milene de garupa foi muito complicado descer as serras, pois cada curva e freada a Milene quase passava por cima das minhas costas. Muito leve e fácil de manusear, no transito ou manobrando, isso é ponto forte. Não posso dizer que seja padrão, mas a embreagem mesmo sendo hidráulica era dura demais, a ponto de no final do dia eu não conseguir mais apertar o manete, forçando trocar marchas sem embreagem, mas nesse caso creio ser a manutenção mal feita.
Mesmo assim foi muito bom andar de Ducati na Itália hehe
Se tiver interesse em ver toda a viagem pela Itália que fizemos em 2011, clique aqui
Em 2018 fiz com a Milene de moto boa parte dos Alpes, relato aqui
Em 2019, mais uma vez os Alpes, mas com um grupo mde amigos e um roteiro ainda maior, relato aqui