Ao final da leitura do relato da viagem Velho Chico, não deixe de ver o vídeo com lindas imagens desse nosso lindo Brasil!
Seguindo a meta, todo ano fazemos uma viagem grande, era para ser Escandinávia e países bálticos em junho, mas a tal da pandemia estragou nossos planos, então…
Poderíamos ter feito outra para a sul, Patagônia de novo ou algo assim, mas optamos por fomentar nosso país nesse momento difícil, fazendo uma rota pelo Norte e Nordeste, ótima escolha!!!
Depois de uns 2 meses de planejamentos, pesquisas de locais e algumas mudanças devido às restrições do covid-19, montamos um roteiro pegando 13 estados das 05 regiões brasileiras, visitando o Velho Chico lá perto da sua foz e também da nascente.
Dessa vez foram 06 motociclistas (Zé, João, Rubem, Luiz e Vitor), cinco de Blumenau e um de Floripa, quase todos da viagem pelos Alpes em 2019. Nossa saída foi combinada para dia 10 de outubro, um sábado, apesar de véspera de feriado, seguimos por contra fluxo.
6h45 saindo de casa com um pouco de neblina em Blumenau, mas já sabendo que o clima fresco ficaria por aqui mesmo. 7h nos encontramos no posto e seguimos para Joinville, posto Rudnick para encontrar o Vitor que veio de Floripa.
Piracicaba foi nosso destino do dia. Chegando fomos visitar o lindo Engenho Central, na realidade a ponte e o rio pois o restante estava fechado.
Já alguns anos me recuso a passar por SP capital de moto, mesmo que seja pelo rodoanel, então escolhemos subir para o interior paulista pela Serra da Macaca, passando pelo Parque Estadual Carlos Botelho.
Muito bonito, estrada toda de calçamento ao meio de vegetação densa, umas lombadas altas e suaves que renderam boas risadas e o principal, sem caminhões.
Seguimos procurar hotel, e por sorte (pois o gps apontava um Ibis) encontramos um ótimo, Class Hotel.
Depois demos uma volta pela rua e retornamos para descansar. Nossa rotina quase que a viagem inteira foi acordar entre 6h e 7h, logo que começava o café da manhã do hotel, depois colocar as coisas na moto e partir, chegando procurar hotel, jantar e dormir pelas 22h, assim tentamos manter 8h de sono.
As rodovias de SP realmente são diferenciadas do que estamos acostumados, tem pedágio, alguns motos pagam outros não, mas vale a pena, rendem. Outra característica dos trechos para cima são estrada bem mais retas, ajudam muito apesar de menos divertidas.
O calor foi cada vez mais aumentando, tivemos que nos acostumar na marra, até por que tinha muito ainda pela frente.
Paradinha no posto para lanche e ajudar os amiguinhos, um agrado e uma ração!
Chegamos em Caldas Novas em pleno feriado, uma zona, calor do inferno, tudo lotado os hotéis, deram desculpa que a lotação foi limitada, mas pela quantidade de pessoas certamente era balela. Depois de quase uma hora procurando acabamos conseguindo uma pousada até que bem razoável, Dukalango.
Fomos jantar no centro, outra loucura, fazia tempo que não via tanta gente junto amontoada. Encontramos uma pizzaria mais sossegada, bem agradável, tipo rodízio.
centro de Caldas Novas, absurdo a quantidade de gente
Não me lembro de nenhum dia termos feito um café da manhã de hotel ruim, sempre um melhor que o outro. Abastecidos, no estômago, seguimos sentido Norte. O calor deu uma trégua nesse dia, estava aceitável.
Sem ter muito como fugir dali, passamos por Goiânia, mesmo sendo feriado ainda assim movimentado. Estive ali também de moto em 2012 na viagem que chamei de cerrado, daquela vez foi pior o movimento.
Chegamos para o almoço em Pirenópolis, paramos numa pracinha do centro debaixo de muito sol e fomos a Rua do Rosário, cheio de restaurantes, casebres antigos, linda.
parada para se hidratar e refrescar com coco gelado
Pirenópolis é uma cidade de quase 300 anos, muita história e beleza por lá.
Pedimos duas panelinhas, prato típico, simples mas delicioso. Tomei suco bem gelado para esfriar o corpo.
Enquanto aguardávamos a comida aproveitamos para encontrar um hotel, pois ali também estava bem movimentado. Encontramos outra pousada, Estalagem do Carmo.
Quando fomos retornar as motos a primeira chuva da viagem, chuva boa, ajudou a refrescar muito, mas molhou bem.
Chegando na pousada já tinha parado a chuva, aproveitamos pra pegar uma piscina e tomar uma cerveja.
Mais a noite voltamos para a Rua do Rosário e pedi uma moqueca acompanhada de uma cerveja artesanal (uma das raras da viagem).
A noite choveu novamente para refrescar nossa saída do dia seguinte.
Saímos 6h nesse dia pois a tocada seria grande, 18o graus que foram por pouco tempo, depois a tarde 39.5 graus. Uma decisão acertada foi ter comprado uma bolsa térmica de boa qualidade e levado ela na bolsa traseira da moto, sempre com gelo ou garrafinhas congeladas para manter água fresca durante todo o dia, isso foi ótimo.
mais amiguinhos
ganhando ração
Rio Tocantins
Boa parte do dia rodamos pela BR153, grande estresse, maior parte ruim, pista simples, asfalto irregular, inúmeros buracos e muitos caminhões, não foi fácil. Lá já perto pegamos um caminho pela rodovia estadual TO070, asfalto bom grosso mas sem buracos, trecho agradável.
Chegamos 17h, perto do limite, pois lá pra cima escurece cedo. Dia bom, rendeu bem, a previsão inclusive era dormir na cidade de Gurupi, 200km antes.
O hotel foi indicação de um conhecido do Luiz, dono de uma loja de acessórios de moto de Blumenau, ele esteve dias antes pela região visitando o Jalapão. Hotel Girassol, a recepcionista Priscila é nascida em Blumenau, foi muito atenciosa com o grupo e conseguiu que deixássemos as motos no estacionamento fechado do hotel durante os dias que visitamos o Jalapão. O hotel muito bom, padrão alto com preço totalmente viável.
Ah, claro que não iríamos com as baleias para as areias do Jalapão, sem a mínima possibilidade, já imaginávamos isso e constatamos depois mais ainda.
Aproveitamos o calor e pegamos uma piscina com cervejinha, de leve. Jantamos no hotel mesmo, o restaurante era muito gostoso, eu pedi moqueca de pirarucu com camarão.
Aqui começa a novela do Jalapão hehe Vou já colocar a minha opinião do lugar, SENSACIONAL para se conhecer uma única vez na vida, só! Vou explicando no relato.
Por indicação fomos na locadora de 4x4, depois de um certo estresse pois chegando disseram que não estavam com uma das caminhonetes reservadas com antecedência conseguimos perto das 11h pegar duas Mitsubishi Triton.
Passamos no hotel, pegamos as coisa e a turma e fomos até um supermercado fazer as compras, algo que se mostrou importantíssimo.
Seguimos até Lagoa do Tocantins onde o guia Divino nos esperava, guri muito gente boa, atencioso demais e divertido. Dali iniciamos o verdadeiro Jalapão, muita areia e costelas de vaca. Foram 130km disso até chegarmos em nossa primeira parada, São Felix do Tocantins.
A vegetação no parque do Jalapão é predominantemente a de cerrado ralo e a de campo limpo com veredas, mas o que mais chama atenção, negativamente, são as queimadas, ditas controladas, uma merda, horrível.
Uma das coisas mais legais desse passeio foram as paradas pra comer, sempre muito divertidas em locais sensacionais, era um ponto alto. Levamos bebidas diversas, frutas, pães e frios. A primeira parada para piquenique já foi bem legal.
Belíssimo Morro da Catedral
A pousada já estava reservada, Pousada São Felix do Jalapão, agradável, piscina boa, comida típica da região, simples e bem feita, salada, arroz, feijão e carne. Ah, teve uma cachaça da região pra calibrar depois de tanta tremedeira.
Depois do café pegamos novamente as areias, a primeira parada foi na Prainha do Alecrim, mas estava muito cheia então fomos direto para o Fervedouro do Bela Vista, um dos lugares mais lindos e diferentes do nosso roteiro.
carne de sol... parece moscas, mas são abelhas
Os fervedouros são nascentes de água muito cristalina onde a água brota do lençol freático com bastante pressão, assim quando se está dentro, mesmo com muito esforço não se consegue afundar. Outra característica legal e que nos “olhos” (pontos onde a água brota) parece que tem fundo de areia, mas não, nesse do Bela Vista o olho principal tem mais de 70m de profundidade.
Ficamos um bom tempo nos divertindo por lá.
Depois fomos em outro fervedouro, esse mais novo, ainda sendo preparado pelo dono para ter o fundo claro, pois normalmente ele contém muito material orgânico escuro da vegetação. Falam em dezenas de fervedouros na região, mas só alguns são explorados para o turismo.
Buriti, fruta típica da região
Antes de entrar nas águas da Cachoeira do Rio Formiga fizemos um lanche debaixo de árvores, acompanhados de muitas galinhas e seus pintinhos.
A cachoeira do Formiga é linda, a queda d’água de água cristalina com o fundo de areia fina fica numa intensa cor verde esmeralda. Tem uma correnteza bem fortinha legal para brincadeiras, e depois tem um canto mais calmo para relaxar à sombra nas águas de temperatura bem agradável.
Um dos rapazes não estava muito bem nesse dia, problemas na drenagem… mas o lugar fez bem, melhorou bastante.
Ainda fizemos uma visita ao povoado Mumbuca, formado historicamente por escravos da Bahia. Ali tem as famosas peças feitas de capim dourado, muito lindas, parecem metal. Também aproveitei para tomar um delicioso sorvete caseiro de cupuaçu.
Finalizamos o dia na cidade de Mateiros, bem no meio do Jalapão. A pousada bem simples mas agradável, Pousada Aconchego.
Jantamos em um restaurante local no centrinho, bem gostoso. A noite tinha um grupo de “senhores” do sul também, de Joinville. Eles também viajam todo ano juntos para pescar, mas como eles disseram nunca levam vara nenhuma hehe E ainda com alguns músicos no grupo, foi bem divertido.
Depois do café da manhã saímos para fazer mais alguns pontos do Jalapão e retornar para Palmas final do dia.
Acho que esse foi o dia mais complicado de deslocamento, pegamos trechos com mais de 40cm de areia muito fofa, as Triton vinham de lado o tempo todo no 4x4. Quase nem paramos pra fotos nesses trechos, tenso!
A primeira parada foi nas Dunas do Jalapão, lugar maravilhoso, paisagens de contrastes.
Como tínhamos que devolver os carros até as 18h decidimos que não faríamos mais nenhum ponto turístico, que no caso seria a Cachoeira da Velha, decidimos seguir em direção a Lagoa do Tocantins para deixar o Divino e Palmas.
Mas no caminho… hehe
Encontramos dois malucos com motos, sério, deu dó… os caras muito gente fina riam da própria desgraça, estavam exaustos e vimos que tinham muito, mas muito perrengue pela frente, mesmo estando de motos menores que ajuda muito, uma XRE 300 é uma Ténéré 250.
Ali onde encontramos eles foi na cabeceira de uma ponte do Rio Novo, olhamos para o lado e vimos uma prainha deserta e sensacional, fomos até lá, demos um trocado para o caseiro abrir a porteira e descemos com as caminhonetes.
Um dos pontos altos do passeio pra mim, fizemos nosso almoço, curtimos o rio um montão e depois seguimos nossa viagem.
Divino preparado para
enfrentar as estradas da região
Chegamos em cima da hora em Palmas, entregamos os carros e fomos pro hotel jantar e descansar.
Agora vou finalizar minha opinião do Jalapão: tem coisas impressionantes como os fervedouros, e outras normais como as cachoeiras, rios, montes e rios. É um deslocamento (500km) demasiadamente sofrido e complicado para se ver coisas que podemos ver em vários outros pontos do Brasil de maneira bem mais tranquila. Vale sim como experiência, claro.
O dia começou quente, logo de manhã já batia os 30 graus, a tarde chegou aos 39.5 graus.
De Palmas pra cima a BR153 estava bem boa, depois em Araguáina pegamos as estaduais TO423 TO222 que também estavam muito boa, fazendo render a rodagem.
Ali o Rio Tocantins faz a divisa de estados, Filadélfia PI e Carolina MA, ah tem também o bairro Nova Iorque…
Eles querem é atenção...
sim, o verdadeiro cão chupando manga
Antes de pegar a balsa para a travessia paramos para uma água e não resisti, uma mangueira com raras mangas maduras.
Quem lembra?
Moto ou carroça ?!?!?!
Balsa do Tocantins, divisa de PI e MA
Tocamos mais 175km até a cidade de Balsas onde no booking procuramos uma pousada que foi uma ótima surpresa, Hotel Recanto dos Pássaros.
Qual o maior bico?
Depois de um bate papo na piscina, uma cervejinha, pedimos pizza para entregar no hotel.
Essas estradas lá de cima tem um problema gravíssimo, os animais soltos na pista. Tem de tudo, cabras, vacas, jumentos, cavalos e muitos moradores… sim, tem uns animais perigosos. Teve um que saiu de um boteco, de moto, sem capacete, bêbado igual gambá, se atravessou na pista na frente das nossas motos foi na contramão e depois se atravessou de novo… pensa no estresse.
Mais um dia de 600km e 10h num calor que cedo já estava nos 30 graus e chegou a 41 graus a tarde, pelo menos as estradas ajudaram, estavam boas, muitas retas planas.
Coisas de interior, num posto que paramos o som era tão alto que não aguentamos ficar por muito tempo, ainda era um jingle político sertanejo universitário… prakabá! Até se perdemos nos adesivos hehe
Paramos para abastecer numa pequena cidade chamada Eliseu Martins, meio fora do costume aproveitamos para almoçar por ali, nos indicaram o restaurante do Agenor Martins, comida simples como padrão, mas gostosa.
Numa parada para hidratar paramos na frente de uma casa, eu, Zé e João, um cachorro latiu muito e veio então uma senhorinha de 1,30m ver o que era. João perguntou pra ela se cuidava bem do cão pois estava muito magro… e aí a conversa foi longe, a D. Nair era bem tagarela. Foi interessante conhecer um pouco da rotina dali.
o montinho é ração tá :)
Primeiramente nosso roteiro seria ir pra Chapada Diamantina, mas era outro lugar sem previsão de abertura por causa do covid. Então recebemos uma indicação que me deixou muito surpreso, Serra da Capivara no PI. Quase ninguém conhece essa jóia meio que escondida lá no sul do PI, a cidade base para conhecer é São Raimundo Nonato, onde finalizamos a rota do dia.
Procuramos hotel pelo booking e o melhor era o Hotel Real. Hummm, quando fui pedir uma água já vi uma barata na cozinha, depois matei outra no banheiro. Ainda o chuveiro não funcionou água quente. Vitor e João tiveram que trocar dois quartos pra conseguir um, formiga, ar condicionado que não funcionava. Pra mim já não deu mais certo, uma noite só ali já foi problema.
Outro problema a ser resolvido era encontrar um guia para o próximo dia, sendo domingo. Demos sorte, quando paramos as motos no hotel estava chegando um guia com um grupo e fui abordar… tudo certo e combinado.
Achei que a cidade tivesse uma estrutura melhor, mas é bem pequena e simples, com seu charme.
Fomos comer ali perto num bar que servia carnes assadas, queria bode, mas foi carneiro que tinha, acompanhado de baião de dois, além de outras carnes.
Acordei mais cedo do que o combinado e fui até outro hotel na rua de trás, esse sim, novinho, moderno, limpo e ainda mais barato. Fiz a mudança e fui me juntar ao pessoal para pegar as motos.
Encontramos ali no hotel uma equipe muito bem estruturada de motociclistas de enduro, caminhão, motos, carros de apoio, iam fazer um reconhecimento de alguns locais para depois levar grupos de motociclistas para passeio. Um era Rui o outro o Japonês, percorreriam trilhas do cânion Viana e da Serra da Capivara.
Maior e mais antiga concentração de sítios pré-históricos da América, foram encontrados artefatos que comprovam a presença do homem a mais de 50mil anos. Existem atualmente 737 sítios arqueológicos catalogados onde foram encontrados artefatos líticos, esqueletos humanos, pinturas rupestres com aproximadamente 30.000 figuras coloridas, que representam cenas de sexo, de dança, de parto, entre outras.
mais informações:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Nacional_Serra_da_Capivara
O guia se chama Carlos Gardelha, com sua moto biz nos acompanhou até o parque. Deixei capacete na guarita e fui de chapéu pelo caminho de terra bem compactada.
o primeiro dos 5...
Jacu
O local por si só já é incrível, com formações rochosas bem diferentes, vegetações de cerrado e caatinga. E aí vem a parte arqueológica que é outro show a parte.
Mocó, o mais cagalhão...
Parte do parque estava fechado e os museus também, uma pena, então perto das 13h voltamos para dar comer, no mesmo bar do jantar do dia anterior, uma descansada e partir para outra aventura a tarde.
16h fomos para a Capadócia Piauiense, um local maravilhoso com cânion de formações muito interessantes.
Não poderia ser diferente e comprei um terreno, pra variar parado manobrando a gorda. Só um do grupo não tombou nessa viagem, Vitor foi o felizardo hehe
Dali fomos ver a Revoada das Andorinhas em outro local também de cânion.
Para chegar lá pegamos alguns bons km de off-road no meio da caatinga por estrada de terra, areia e pedras.
Ao lado o cânion onde ficam os ninhos da andorinhas.
Na ida o pneu da moto do guia furou, ele conseguiu ajuda de outro guia que estava por lá e nós voltamos já escurecendo, o escuro nos pegou no meio do caminho. Mas tudo certo, todos finalizaram o percurso sem sustos.
Para não jantarmos no mesmo lugar fomos procurar algo, o grupo se dispersou, eu Zé e João comemos numa pracinha com alguns food truck. Escolhi tapioca com carne de sol e queijo coalho, e uma Heineken.
Fica a dica, vão conhecer a Serra da Capivara, inesquecível!
O café da manhã foi em uma padaria, um buffet, tudo bem gostoso.
Nesse dia tivemos o primeiro contato com o Velho Chico, protagonista de nossa viagem.
Quem lembra da música Sobradinho? de 1977 foi escrita por Sá e Guarabyra como protesto pela construção da barragem. Mimimi desde aqueles tempos… pois hoje é exatamente essa barragem junto com a de Três Marias em MG que mantém o Velho Chico perene e mantendo milhares de famílias pelo seu curso.
...O São Francisco lá prá cima da Bahia
Diz que dia menos dia, vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia
Do beato que dizia que o sertão ia alagar
O sertão vai virar mar...
Adeus Remanso, Casa - Nova, Sento-Sé
Adeus Pilão Arcado, vem o rio te engolir...
Paramos em Remanso e fomos até a prainha, ou melhor praiona! Um bom treino off nas areias.
Em Casa nova paramos em uma barraca de frutas para almoçar, da Dona Neguinha, uma querida. Coco geladinho, manga, melancia, banana e tomate, tudo dali das plantações irrigadas pelo Velho Chico. Não lembro ao certo o valor mas coisa pouca, ela não aceitou o troco de gorjeta e nos deu dois pacotes de Peta, um biscoito de polvilho típico dali.
Perto de Sobradinho, tivemos um momento interessante (hehe como se esse fosse o único momento interessante)… Ao longe todos viram um monte bem alto, com antenas, com uma pequena estrada, chamava atenção. Quando passamos pela estrada percebemos que era de calçamento. As cabecinhas já começaram a trabalhar… O Zé que estava a frente parou primeiro na estrada e logo já nos juntamos com a mesma ideia, vamos subir! Como o Zé disse, deixei o pessoal processar a informação, assim ficou fácil.
Que vista!!! 360 graus de toda a região, simplesmente fantástico.
Seguimos passando pela usina de Sobradinho e depois até Juazeiro BA, onde se cruza a ponte para Petrolina já em Pernambuco.
Parabéns aos pernambucanos, por qual motivo não sei dizer mas o lado pernambucano está muito mais desenvolvido, organizado e limpo.
Ao lado a chegada em Juazeiro...
O Hotel escolhido foi o Nobile Suites Del Rio, muito bom. Logo fomos pra piscina que apesar dos quase 40 graus da cidade a água estava absurdamente gelada. Mesmo assim um banho, uma cervejinha e bom papo.
Saímos para uma caminhada pela orla de Petrolina, bem agradável e procuramos um restaurante. O garçom falou que os pratos eram bem servidos, o que não foi bem assim, mas estavam muito saborosos. Tudo zoiudo, pois todos saíram satisfeitos, destaque para o arroz de coco que acompanhava o camarão.
advinha o que são os pontos pretos...
Um dos primeiros dias que saímos com tempo nublado, mas bem de leve. Bom que a temperatura estava mais agradável perto dos 25 graus. Optamos por seguir por Pernambuco margeando o Velho Chico sentido mar.
Perto da conhecida cidade de Cabrobó paramos para conhecer um dos eixos da transposição do Velho Chico, esse o eixo norte. Muito legal, uma bela obra finalmente entregue pelo governo sério, que se preocupou em garantir o bem estar do povo e não usar a obra como barganha de campanhas e corrupção. Como medida de segurança, estão construindo um muro ao longo do canal, para evitar que animais e outros "bichos" caiam, já que é difícil sair do mesmo, também para evitar qualquer tipo de captação clandestina da água. A ideia do canal é alimentar represas em regiões específicas.
transposição do Velho Chico, eixo norte
Dia 12 de outubro, dias das crianças...
Logo adiante passamos por uma grande estrutura que na hora achei ser uma linha férrea suspensa, mas depois pesquisando, vi que é outro canal de transposição que está sendo feito.
novo canal de transposição em obras
fazendo amigos
Mais a frente, perto de umas barracas de uvas da região, João viu um cavalo amarrado numa área totalmente de areia e pedras, sem água e comida.
Providenciou água e eu dei um bom punhado de ração, mesmo sendo de cachorro ele gostou bastante. Nesse meio tempo o menino dono do cavalo apareceu e o João conversou com ele pedindo para melhorar o local onde deixar o cavalo.
Fomos para Paulo Afonso, onde paramos numa ponte que dá vista para usina e para o cânion, lindo. Ali também é divisa entre BA e AL e bem perto passamos pela divisa PE AL.
Paramos numa prainha do Velho Chico muito agradável para saborear um camarão e água de coco.
Chegamos em Piranhas as 16h e fomos para o hotel que buscamos no booking antes, outra boa escolha. Acho que o proprietário é dono do quarteirão todo, construiu uma edificação que tem o hotel dos dois lados da rua e várias lojas de comércio.
Já na recepção contratamos também o passeio para o cânion Xingó com um barco exclusivo. O passeio pela caatinga do Lampião estava fechado pela pandemia.
Piranhas foi fundada em 1887 cresceu devido ao Velho Chico, primeiro por ser um porto de parada de navegação, depois pela ferrovia Paulo Afonso. Mas o cangaço que deixou a cidade no mapa, foi de lá que saiu a caravana que capturou e matou o Lampião e nas escadas da prefeitura foram expostas todas as cabeças decapitadas.
Como de costume, uma piscina e cervejinha primeiro para relaxar.
Fomos jantar ao lado no restaurante do hotel, Dona Guia, bem gostoso, lá também é servido o café da manhã. Pedi carne seca com baião de dois.
Clica aí no botão ao lado e veja a segunda parte do relato da viagem...