Clique aqui para voltar > Norte e Nordeste 2021 - Parte 03
Dia de passear e conhecer um pouco mais Belém.
Na noite anterior fui dormir um pouco ruim das tripas… fiquei um tanto preocupado e verificando os sintomas com receio de ter pego algo no navio. Mas iniciei me hidratando muito e segui durante o dia todo com muito líquido.
Primeiro pegamos um uber e fomos até o Mangal das Garças, um parque zoobotânico no centro da cidade, sensacional. Tem uma torre que permite uma visão bem legal do centro todo de Belém.
Caminhamos até o Forte do Presépio e a casa das 11 janelas, que fica bem ao lado do cais e do mercado Ver o Peso. No caminho encontramos cinco estudantes em uma praça pegando jambo em uma jambeira, com uma vara. E lá fomos nós, metidos, pegar jambo também.
No caminho muitos casarões portugueses da época da colonização, mas a grande maioria abandonado e se acabando com o tempo. Chegando ao forte, visualizamos bem o contraste de que comentei.
Estava quente e úmido, então aproveitamos para tomar uma água de coco geladinho, bom demais.
Forte do Presépio e a casa das 11 janelas
O contraste que comentei... acima uma foto tirada do Forte do Presépio, onde no céu os vários pontos pretos são urubus. Abaixo a foto do cais, mostrando a sujeira, urubus e ao fundo prédios históricos bem conservados.
Fui conhecer o famoso mercado Ver-o-Peso, realmente peculiar. Ali se vê bem quais os costumes do norte, não só de alimentação mas de tudo. Novamente me decepcionei em relação as frutas, nada de frutas típicas do norte, não sei se pela estação, mas só vi frutas conhecidas e que tem pelo sul.
Não tivemos coragem, nem estômago, até porque ainda estava com as tripas incomodando, apesar de sob controle. Novamente almoçamos na Estação das Docas, um peixe. Depois fui para o hotel descansar.
Mais tarde retornamos à Estação, falta de criatividade hehe mas o lugar é muito legal e ficou prático de ir lá. O Adelar já estava lá com um amigo de Blumenau que é representante comercial ali na região e depois o Rubem também encontrou um amigo e sua família.
Eu aproveitei para experimentar o famoso Tacacá, um caldo que vai goma de mandioca, tucupi, jambu e camarões secos. Adorei, mas dispensarei a goma na próxima. Depois finalizei com um sorvete sensacional, de cupuaçu com castanhas.
Dia de pegar estrada, e não pouca… entramos no Maranhão, o 7º da viagem.
Belém, vista do quarto do hotel
Loja Havan, catarinense, em Belém
As estradas estavam bem ruins, pior ainda quando entramos no Maranhão, parece que tiram asfalto da pista para fazer lombadas, algo absurdo a quantidade de lombadas. Inclusive fica claro que muitas são feitas pelos moradores para segurar o trânsito e aproveitar para tentar vender coisas nas barraquinhas de beira de estrada.
Numa dessas estradas secundárias fizemos uma parada para hidratar numas barracas muito simples na frente de uma escola que estava sendo reformada, peculiar...
Demos sorte de chegar na hora exata para comprar as passagens e entrar na balsa de Cujupe a São Luís. A travessia é de 1h30, assim pegamos um novo por do sol e chegamos já escuro na cidade. O hotel foi indicação do Nemer, o amigo do Rubem de Belém, Hotel Rio Poty.
Foi um hotel de luxo, enorme e com design muito moderno para a época de inauguração, mas hoje depois de falir foi assumido pelo ex-gerente. Tá bem caidinho, tudo muito velho, mas como já era tarde negociamos para ficar ali mesmo. Dei sorte no 2 ou 1 da turma e fiquei no quarto individual.
Já bem tarde, 21h, fomos jantar em um boulevard ao lado do hotel, comi uma carne de sol.
Antes de pegarmos a estrada demos uma passada pelo centro histórico da cidade, que é muito bonito. Única cidade brasileira fundada por Franceses, em 1612, que depois foi tomada por Holandeses e por fim colonizada pelos Portugueses. Seu centro histórico foi declarado patrimônio histórico pela Unesco.
Estacionamos numa praça perto da Catedral e fomos dar uma volta e tirar umas fotos. Passamos pela famosa Rua do Giz, Mercado da Tulhas e outras vielas bem simpáticas.
Uma modelo que estava fazendo umas fotos por ali pediu para tirar fotos numa moto, o Adelar cedeu a dele, ficou famoso!
Pelas 10h30 saímos. Pegamos muito movimento por uns bons quilómetros, muitas cidades no trajeto. Paramos em um posto muito bom para abastecer e aproveitamos o restaurante anexo que estava ótimo.
Paramos para tomar um coco e comer um bolo de milho ao lado de uma igreja, muito agradável. E é impressionante como nesses lugares de beira de estrada as coisas são baratas! Coco a R$ 2,00, e o bolo de milho era nessa faixa de preço também. Como estava muito quente eu e o Zé saímos antes e fomos andando devagar esperando o pessoal, que demoraram muito. Depois nos contaram que um morador muito simples do outro lado da pista os convidou para entrar na casa (feita de barro e varas de madeira trançadas) e ficaram de papo um tempo, conhecendo a história e cultura dele.
Chegamos em Barreirinhas já final da tarde, paramos em um posto para procurarmos pousada, já sabendo que seria encrenca pois era sábado. Um caçador de turistas nos abordou e começou a fazer os contatos para conseguir algo pra nós. Conseguiu uma pousada bem simples, até demais, e já aproveitou para nos reservar os passeios dos dias seguintes.
Alojados, coloquei o calção de banho e fomos para o rio dar um mergulho, ficava poucos metros da pousada. Mais um por do sol, agora no rio Preguiça. O local era um restaurante, o Terral, com uma plataforma de madeira que avançava um pouco no rio, onde havia algumas mesas. Dessa plataforma era possível também mergulhar no rio. Praticamos “saltos ornamentais”, com direito a notas dadas por turistas. Ao lado haviam algumas redes instaladas, de modo que as pessoas podiam ficar deitadas nas redes, mas dentro do rio.
Ficamos por ali mesmo no restaurante Terral onde jantamos, eu comi caranguejo, camarão e peixe. Também experimentei a Tiquira, uma cachaça feita da mandioca.
A pousada tinha dois problemas muito grandes, internet não funcionou no primeiro dia e o 4G também estava horrível, e os chuveiros… de um quarto parecia irrigação por pulverização, no outro por gotejamento.
Mas as motos ficaram bens instaladas, praticamente no hall de entrada da pousada, bem junto às mesas do café da manhã e ao lado do “escritório” da pousada. No dia seguinte viemos a saber que algumas pessoas tinham ido “visitar” nossas motos, em admiração. Motos dessas não devem ser muito frequentes por lá.
Após o café demos um pulo lá no rio e pudemos constatar a influência da maré ali no rio, vejam pela foto das redes n'água. Depois ficamos aguardando a chegada da caminhonete da agência de turismo que veio nos buscar as 8h15 e nos levar até o barco, uma voadeira. Nesse dia fizemos o Circuito Caburé, que não recomendo (se tiver pouco tempo nos lençóis) e foi bem frustrante para nós, explico na sequência.
O exuberante Rio Preguiça
O Rio Preguiça é muito maior do que parece, largo e bonito, bem exuberante. Diz um morador que esse nome se dá pela aparência calma mas traiçoeira, pois tem fortes correntezas no fundo.
A primeira parada foi na comunidade de Vassouras, dunas, lagoas, o parque eólico e uma lanchonete com artesanatos e muitos macacos ladrões de comida hahaha Muito muvucado, uma algazarra, barcos que não acabavam mais, não é o meu tipo de passeio.
Antes de relatar a sequência do passeio vou explicar porque a decepção desse passeio do dia, da forma como foi feito: tínhamos na contratação pela agência, duas opções, uma seria pegar os quadriciclos em Barreirinhas e ir pilotando pelas areias até a Ponta da Praia, aí almoçava e retornava, levando o dia todo. A outra opção, que acabamos por votação fazendo, foi ir de voadeira e depois lá no restaurante alugar por 1h os quadriciclos.
Ok, depois da parada dos macaquinhos seguimos até o restaurante na Ponta do Praia, de um lado o rio do outro o mar. Eram 11h e o guia instruiu primeiro almoçarmos e depois fazer as coisas, pois iriam chegar muitas pessoas no dia. O Zé sugeriu primeiro fazer os passeios de quadrículos e depois almoçar, mas perdeu na votação... e nós perdemos o resto hehe
Então primeiro almoçamos, estava bem gostoso, pedimos os peixes dali da região e estavam bem feitos.
Depois a decepção… levamos calote dos malandros dos quadrículos. Eles nos enrolaram e não trouxeram os quadrículos, assim perdemos de fazer qualquer outra coisa por lá. Bando de fdp… Não acertamos sempre né!
A última parada foi no Farol Preguiça, estava fechado para subida, então somente fotos e fim.
Retornamos e fomos de novo tomar banho no rio. Um grande problema na região norte e nordeste é a poluição sonora, algo inimaginável. Música muito alta em todo lugar, próxima uma da outra, um inferno.
Fomos fazer um passeio no centro e beira rio, muito agradável. Jantamos no Restaurante Mangue, muito bom, eu pedi um sururu, delicioso.
Na orla depois tomei um picolé de caguaita, que fruta gostosa, parlembra um pouco com um kiwi.
Acordei mentalizando que esse dia em lençóis seria diferente, e foi!
Fomos fazer o Circuito Lagoa Azul, esse sim, sensacional. Uma caminhonete adaptada com cadeiras na caçamba leva por um caminho de areião, que lembrou o Jalapão. Chegando nos lençóis, uma caminhada nas dunas e vamos parando em uma lagoa mais linda que a outra. Acho que por ser uma segunda-feira, estava muito mais tranquilo, poucas pessoas, sem muvuca nenhuma. Fotos, brincadeiras, banhos e vamos seguindo para as próximas lagoas.
Ali conheci o casal Ana e Giovani, moram na Sicília, ela brasileira, ex jogadora de vôlei e ele professor. Queridos, deixaram contato para se necessário a Giorgia, milha filha, que vai pra lá fazer a cidadania.
Os moleques tentaram fazer uma pirâmide humana na lagoa… só tentamos hehe
Também lá vimos um grupo de paraquedistas saltando sobre os lençóis, que assistindo já é maravilhoso, penso então como deve ser lá de cima! O Vitor é paraquedista, já ficou todo ouriçado...
Na volta já almoçamos em um buffet e fomos nos arrumar para pegar estrada.
Na saída uma agradável surpresa, os pequenos lençóis com a pista passando ao lado de dunas e lagoas.
Decidimos tocar até a cidade Parnaíba, delta do rio Parnaíba, um dos mais importantes do nordeste, por ser totalmente navegável. Ali no Piauí foi nosso 8º estado visitado nessa viagem.
Um pouco antes de chegar, já escurecendo paramos para comer umas frutas na estrada, estavam deliciosas.
Tive uma ótima impressão da cidade, as ruas bem largas, limpa, muito estruturada. Paramos em um hotel que estava sem vagas, mas que nos indicou uma ótima pousada.
Todos com preguiça, pedimos pizza e comemos ali na beira da piscina.
Na noite anterior resolvemos que não faríamos os demais estados pelo litoral, mas sim, passando pelo interior, o sertão nordestino. Olhando os roteiros, no caminho estava Quixadá que lembrei já ter pesquisado e que era um lugar bem interessante, então definimos como destino. Cedo saímos e primeiro demos uma volta no centro antigo da cidade e uma parada no Delta do Parnaíba.
as piauienses cozinheiras da pousada
O Delta do Rio Parnaíba, Piauí
antiga estação de trem de Cocal
Cruzamos a fronteira de estado do CE o 9º estado da viagem.
Almoço em Viçosa do Ceará, uma pequena e simpática cidade histórica do Ceará, que fica numa região mais alta, 740m. Terra do jurista Clóvis Beviláqua, um dos mentores do Código Civil de 2016.
Fomos conhecer a Igreja do Céu bem no alto da cidade, depois voltamos ao centro para almoçar.
A chegada em Quixadá foi algo de sensacional, os monumentos de pedra no caminho iluminados pelo entardecer não serão esquecidos nunca. Infelizmente não consegui registrar direito, a gopro tinha terminado a bateria (e na pressa de chegar ainda claro, não parei para substituir) e a câmera de mão estava com o flash ligado fazendo as fotos não ficarem legais, amador!
Paramos no centro, já sem sol, para decidir sobre o hotel, eu tinha duas indicações, uma que parecia mais legal ficava 20km do centro. Optamos por essa, e a escolha certa. Escureceu no trajeto, mas apesar de alguns buracos na estrada secundária que levava ao hotel, foi bem tranquilo. O Hotel Pedra dos Ventos é muito legal, com várias piscinas, trilhas de caminhada, restaurante, tudo que precisávamos.
Acomodados, fomos pra piscina nos refrescar e jantar, que foi dessa vez, para mim, carne de sol.
Nesse dia tive uma triste notícia, minha vózinha Nina faleceu. 96 anos, em São Carlos SP. Fica com Deus vózinha.
Acordamos cedo e depois do café fomos fazer as trilhas do hotel. Caraca, não foi moleza! Fizemos 5km pela caatinga na maior parte subida até alguns mirantes. O último, o mais lindo foi também o mais intenso para chegar, aclive bastante acentuado. Mas a vista de lá valeu todo o esforço, os magníficos monólitos espalhados pela região, quebrando a paisagem sertaneja.
Voltamos, tomamos um bom banho de piscina e fomos almoçar, pois tínhamos estrada ainda no dia.
Quando fomos fazer o check-out conhecemos o Valter Ramalho, o mais conhecido cover do Zé Ramalho. Ele cantou uma música para nós (Cidadão), em dueto com o nosso Zé (Ramalho). Um bem afinado. O outro… deixa pra lá.
Seguimos por ótimas estradas adentrando o 10º estado da viagem, o Rio Grande do Norte.
Me surpreendi com a geografia da região, muitas serras, grandes. Uma delas, já perto da divisa de estado, lembrou as regiões dos Andes, inclusive pelos ventos fortes, tendo ali usinas eólicas também.
Nosso destino do dia foi Pau dos Ferros RN, o motivo foi porque o Zé conhece bem lá, pois tem um representante da empresa que é de lá, e visita com certa frequência (Insta: @siasp). Ficamos no hotel que ele sempre se hospeda, em quartos individuais. Fomos jantar na casa da mãe desse representante, a D. Zélia, uma senhora muito simpática, que nos serviu comidas da região, estava tudo uma delícia!
Nosso última dia nas estrada dessa sensacional viagem!!!
8h pegamos a pista e a primeira parada foi na cidade de Brejo do Cruz, cidade natal de Zé Ramalho. Mas estava fechado o museu, então tocamos em frente.
Mais montes e cordilheiras pelo caminho, bem agradável. As estradas também estavam boas, resultando em bom ritmo. Quase no meio do caminho cruzamos a fronteira estadual, adentrando o 11º e último estado da nossa viagem, a Paraíba!
Depois de Campina Grande a pista é duplicada, apesar de muito vento, rendeu bem, a temperatura do dia também estava mais amena, uns 30 graus.
Chegamos 16h no hotel Best Western, e pegamos quartos individuais, ninguém se aguentava mais hahahaha brincadeira!
Um bom descanso e mais a noite fomos dar uma andada pela orla que é muito linda. Gostei demais de João Pessoa, bem agradável.
Jantamos em uma ótima churrascaria na orla, a Sal e Brasa, por sinal, fazia tempo que não comia em uma churrascaria tão boa, ambiente e carnes.
Depois retornamos ao hotel para descansar.
Nosso último dia de viagem, e que viagem!
Fomos depois do café da manhã levar as motos até a transportadora que fez o frete até Blumenau. Vistoria, documentos e tudo certo deixamos as valentes meninas lá e fomos para o aeroporto alugar um carro. Nosso vôo era de madrugada, 22km do hotel, então ficou mais barato alugar o carro do que pagar transfer.
mural que mostra o trajeto da Transamazônica
Nos direcionamos para o Cabedelo, ali fica o início da BR230, a Transamazônica, que pegamos outros trechos na viagem. Ao lado fica a Fortaleza de Santa Catarina que aproveitamos para visitar.
Barrigas roncando, fomos almoçar no Mangai, um restaurante buffet de comidas típicas nordestinas, sensacional! e barato… comi buchada de bode, bode assado, guisado de bode, moqueca de meca, paçoca, queijo coalho, purê de batata amarela e carne de sol, pratinho básico ;)
Seguimos de carro até a Ponta do Seixas, onde fica também o Farol do Cabo Branco, ficamos até o por do sol. A Ponta do Seixas é o ponto mais oriental do continente americano e consequentemente do Brasil.
Retornamos para o hotel e nem sai para jantar, aproveitei para descansar até nossa saída para o aeroporto pela meia noite.
Aí o restante da viagem é aquela lenga de aeroporto, avião, aeroporto, avião, ônibus e finalmente CASA!
Viajar é bom demais, mas voltar pra casa é sempre o melhor! Muita saudades dos meus!
Mais uma viagem com esse grupo incrível, a terceira que faço com todos juntos (Europa 2019, Velho Chico 2020 e essa). Zero estresse? claro que não… cada um tem suas manias, percepções, gostos diferentes. Mas o respeito é que faz dar certo. Quando surgia uma questão polêmica trocamos ideias e se preciso, votação. A divisão dos quartos quando o valor do single era inviável, era um divertido jogo de 2 ou 1. Sempre todos tiveram a liberdade de não querer participar de algo, algo muito raro de ocorrer, mesmo que contrariado acabávamos todos fazendo juntos.
Espero sinceramente que venham outras viagens com essa turma, e que elas tenham a mesma alegria de sempre!
A meninas em viagem da Paraíba para Santa Catarina...
23 estados e Distrito Federal, é o que já rodei de moto nesse Brasil lindo! Agora ficam só os três "mais complicados" para chegar, Amazonas, Roraima e Amapá. Quem sabe mais pra frente...
Um breve relato dessa viagem.
Viajar é sempre bom, mesmo que seja para lugares conhecidos, sempre tem situações diferentes, além de conhecer um pouco mais do local.
Nesta viagem, o ponto forte a meu ver, foi o estado do Pará. A região amazônica é de uma riqueza imensurável. Como a maior parte da população brasileira encontra-se no litoral, há melhor infra também no litoral. A região norte tem bem menos cidades, mais espalhadas, com bastante vilas e povoados por todos os lados. Pessoas simples que vivem do pouco que tem. Não passam fome, o rio é o maior provedor de alimentos. Assim como acontece em todas as regiões, os habitantes são adaptados aquela região. Nem sempre nós que passamos por lá, conseguimos ter uma leitura, visto que nossa percepção, pode não refletir a realidade, pois não vivemos lá, apenas passamos rapidamente.
Na capital Belém, fizemos duas caminhadas, uma retornando ao hotel, e nesta, pôde-se observar como existem imóveis abandonados, em ruinas o que prejudica o visual da cidade. Assim como São Luís no Maranhão, compara-se a outras capitais do nordeste, onde uma parte esta conservada e outra parte da cidade onde mora a maioria das pessoas, não tem uma aparência agradável, aos nossos olhos é claro.
No estado do Maranhão, percebi algumas comunidades, vivendo como se vivia há 30, 40 anos.
Para mim, o ponto alto de uma viagem, principalmente na nossa terra Brasil, são as pessoas. No contato com moradores locais, criamos amigos. Ao passar por locais já conhecidos, revivemos alguns amigos. O que muitas pessoas querem é um pouco de atenção, quando você se dispõe a isso, certamente o dia de todos fica mais harmonioso. Que sigamos viajando.
Zé Márcio
Das situações adversas podemos tirar ótimas experiências. É o caso da pandemia, que nos “empurrou” para os mais diversos rincões do nosso belíssimo e grande país. É bastante comum que nós, motociclistas, busquemos as pitorescas aventuras fora do nosso Brasil, onde nos deparamos com idiomas diferentes e paisagens que não temos por aqui, como a Cordilheira dos Andes, para ficar em apenas um exemplo. E, assim, deixamos em segundo plano as viagens pelo nosso país, até mesmo por receio das condições das estradas e do calor intenso. Então, com as fronteiras fechadas, surgiu a possibilidade de, pela segunda vez durante a pandemia, viajar pelo nosso Brasilzão. A primeira foi em 2020, lá para as bandas do rio São Francisco; agora, em 2021, adentramos no cerrado, na Amazônia e no sertão nordestino.
Uma viagem de moto é divertida e emocionante do começo ao fim. Mesmo nos dias em que a tarefa é rodar o dia inteiro, a viagem é muito prazerosa. Nos divertimos a cada paisagem de tirar o fôlego que se desdobrava em nosso horizonte, em cada ultrapassagem em que precisávamos acionar a potência máxima das nossas companheiras, a cada curva bem feita (às vezes não tão bem feitas assim… rsrsrs…) e a cada parada na beira da estrada para esticar as pernas, tomar um café, uma água de coco gelada, uma água com gás (no caso do Pietro), comer uma fruta fresca, comentar sobre aquele buraco que desviamos, sobre o animalzinho que atravessou a pista, e, ainda mais enriquecedor e prazeroso, interagir com os compatriotas nativos dos mais longínquos cantões. E também há aqueles dias em que nossas motos guerreiras descansam, enquanto a gente vai explorar a região por outros meios. Foi assim em tantos lugares… Chapada dos Guimarães, com suas belas paisagens; Nobres, dos rios de águas cristalinas; Alter do Chão, das belíssimas praias do rio Tapajós e base para explorarmos um pedacinho da Amazônia; a inesquecível viagem de barco pelo rio Amazonas (3 dias); Belém, a metrópole do Norte; Lençóis Maranhenses, não tem nada igual no mundo!… Cada lugar maravilhoso… Além dos lugares e do contato com as pessoas, provamos pratos típicos, revimos amigos de outras épocas (que delícia os jantares que os amigos Zé (de Santarém) e o Ivonzelio e sua mãe Zélia (de Pau dos Ferros-RN) nos ofereceram em suas casas).
Pra não me alongar muito (há tanta coisa que vem à lembrança…), não tem como não mencionar o privilégio que é viajar com esses grandes amigos, Adelar, Pietro, Rubem e Zé Márcio, pessoas do bem, divertidas e inspiradoras. E foi com eles, nessa inesquecível aventura, com quem passei o dia do meu aniversário de 50 anos. A eles, minha sempre gratidão!
Vitor