Clique aqui para voltar > Norte e Nordeste 2021 - Parte 01
Bora pegar estrada… a BR163 nesse trecho estava muito boa apesar de muitos caminhões, na realidade hoje tudo bitrem. Isso exige muita atenção nas ultrapassagens que são bem longas. A grande maioria dos caminhoneiros são bem gente boa, mas sempre tem as exceções né.
Outra situação mais atípica são os pedágios demorados quando passamos em grupo de motos. Sempre um do grupo paga da turma toda, mas por lá eles pedem a placa de cada uma das motos e inserem manualmente, acaba sempre demora.
um doce pra quem adivinhar quantos cavalos tem nessa foto
Comendo, trabalhando e viajando...
o verde amazônico vai substituindo o amarelo do cerrado
Também vimos nessa região as lindas plantações de algodão, em menor quantidade. As cidades que passamos no caminho eram sempre bem grandes, Lucas do Rio Verde e Sinop são bons exemplos. Veja, MT é o 3º estado brasileiro em território, e o 15º em número de municípios. Cuiabá tem 550mil habitantes, tem outros três na faixa de 250mil habitantes e todas as demais abaixo de 85mil habitantes.
Já no final da tarde chegamos em Guarantã do Norte, cidade pequena de 32mil hab., mas bem estruturada, paramos para abastecer e encontrar um bom hotel, ali os colaboradores do posto nos indicaram o Hotel Sedna.
Já tivemos uma bela recepção com araras nos coqueiros da entrada e muitas outras depois na área da piscina e na cidade toda. O MT já faz parte do bioma da floresta amazônica, mesmo que ainda menos densa, uma área de transição com o cerrado, por isso a fauna já é mais exuberante.
Nos acomodamos e já fomos aproveitar a piscina que apesar de não ser grande fica numa área bem agradável. O hotel deve ter sido muito bom na inauguração, hoje está bem abandonado em alguns locais, ar condicionado de parede bem barulhento e chuveiro zarolho (quase que padrão nos hotéis que ficamos…).
Depois de um bom banho fomos dar uma volta, na praça, que me lembrou muito as cidades argentinas, mas ali com muitos coqueiros cheios de Araras.
Paramos numa pizzaria para jantar, uma pizza de 1 metro (uns 30cm de largura), de vários sabores, estava bem gostosa, fomos também muito bem atendidos. Lá conheci o chopp cozumel, que vai limão, uma pedra de gelo e limão na borda do copo, eu curti!
Chopp Cozumel
Por lá gatinhas tem apartamento próprio, olha a Lili! Já comentei que levamos ração para os animaizinhos da estrada, nessa e na viagem do ano passado. O Adelar dessa vez levou numa bolsinha ao lado da moto, quase toda noite a bolsa foi atacada por gatos, reparem nas patinhas no banco e os rasgos da bolsa hehe
Depois de um café da manhã bem caprichado, saímos cedo, pois sabíamos ter muita estrada e sem ideia das condições da mesma.
E realmente não foi fácil a pilotagem do dia, foram 770km pela BR163 com uns 40km intercalados de muitos buracos, grandes e traiçoeiros. As vezes de longe se via uma ondulação mais alta na pista e quando chegava perto era uma cratera, complicado.
Outra variável foi o calor intenso chegando a 38 graus e uma umidade extrema, causando muito suor.
Me lembro de ter levado um susto, uma esfrega de um puto caminhoneiro que invadiu a pista dupla que me encontrava, bem na hora que tinha outro caminhão do meu lado… mas tudo certo, cueca freada e a viagem continua.
Cachoeiras do Rio Curuá
Uns 60km depois da saída de Guarantã adentramos o estado do Pará, o 6º da viagem até ali. O segundo maior estado brasileiro, e realmente atravessamos ele todo, por terra e água, sensacional. Paramos na cachoeira do rio Curuá, para fotos e apreciar o local.
Que somente os fortes ventos prósperos desse Brasilzão te rasguem! Nossa bandeira NUNCA será vermelha!
Esse trecho da viagem não tínhamos programado paradas, pois não sabíamos mesmo o que iríamos encontrar pelas estradas, quanto tempo iríamos demorar etc. Fomos tocando até escurecer. Uma cidade que já tinha mapeado era Trairão, e chegamos nela e fomos ver hotel.
Conversa com um, conversa com outro, e o pessoal resolveu (mediante votação, o qual veio a se repetir em algumas outras decisões do grupo, com o placar de 3x2,) tocar mais a frente, até um hotel indicado de beira de estrada. Ao chegar no local, cadê o hotel? Antes de sairmos procurando, tivemos conhecimento de que estávamos próximos a Itaituba, a cidade do ouro, conhecida como Cidade Pepita. Nova votação, decisão tomada e para lá partimos, 15 km de estrada e uma balsa para chegar à cidade, no outro lado do rio Tapajós. Claro que chegamos já noite, mas o por do sol no Rio Tapajós foi qualquer coisa de espetacular.
Prefeitura de Itaituba PA
É muito legal, de certa forma gratificante e esperançoso, ver como nós motociclistas viajantes, quase alienígenas, somos bem tratados por todos. A travessia demorou uma meia hora, nesse meio tempo muitos vieram conversar com a gente e foram nos dando dicas de onde ficar na cidade.
Assim saímos de lá já com hotel reservado, o Hotel Apiaca. Aliás, para chegarmos no hotel, fomos conduzidos, pelas ruas de Itaituba, por uma dessas pessoas que conhecemos na balsa.
Outro hotel que na época da inauguração e da pungência do ouro deve ter sido um dos melhores, hoje está sendo administrado de forma boa, mas simples. Jantamos no hotel mesmo, um Tambaqui assado com acompanhamentos.
Algumas imagens valem por muitas palavras... segue a expressão de quem pilotou umas 11 horas, percorrendo 770km, com 38 graus e umidade altíssima, trânsito de caminhões, longos trechos com muitos buracos, uma balsa no entardecer.
Mas, se não gostasse, não faria né!
Era pra ser um dia até mais tranquilo… era! Se achamos o dia anterior foda, nem imaginamos o que vinha pela frente!
No hotel estava um Sr., que não recordamos o nome, de Tijucas SC, 70 anos e sua uma moto Honda com um baú tipo motoboy. Está viajando sozinho há alguns meses pelo Brasil, uma verdadeira aventura solitária, ou não...
A saída da balsa foi às 9h, depois mais meia hora, desembarque e tal e estrada.
Aí começaram as surpresas do dia… primeiro, o primeiro trecho de terra da BR163, 25km com muita poaca (pó de terra muito fina, um talco laranja, que levanta e fecha a visibilidade). No início sempre tenso, depois vamos pegando o jeito da estrada e aí rende um pouco mais.
Tá aí a poaca! difícil de perceber, mas vem um caminhão descendo o trecho, muita calma nessa hora! Depois que ele passa a poaca é ainda maior.
Logo depois desse trecho paramos na entrada da estrada para Fordlândia, uma placa indicava 48km até lá. Fordlândia fica em uma área adquirida por Henry Ford na década de 1920, ele adquiriu 14mil m² com a intenção de cultivar e explorar látex, para suas empresas. O projeto não deu muito certo, mas as instalações (ou o que restou delas) estão lá, trata-se, portanto, de um local histórico. Não estava programada essa visita, mas na balsa um morador disse que a estrada estava boa, então resolvemos fazer.
Então, boa é sempre relativo né. Tinha trechos bons, trechos com cascalho solto e um trecho tenebroso em curva, aclive e areião… esse quase todos caíram tanto na subida quanto na descida, mas saímos ilesos do desafio.
Paramos para a foto de celebração da conquista hehe depois fomos dar uma volta para ver a história, ali, meio ou totalmente abandonada. Tem sua beleza!
Fordlândia, um distrito de Aveiro PA, hoje existem algumas famílias morando por lá, o IBGE fala em 1800 moradores, mas deveriam estar escondidos por causa do calor.
Nos indicaram a casa de uma senhora D. Graça para almoçar, e lá fomos. Gente simples, comida bem simples, mas farta e variada, tudo de bom. Tinha arroz, feijão, baião de dois, farofa, macarrão, carne de panela, peixes, e de sobremesa sorvetes.
D. Graça e o Seu Graço!
simplicidade da melhor
E os peludo são muitos por ali. Esses dois bem tratados pela família da D. Graça. O peludo usa a língua pra se resfriar!
Mas ali perto vimos um dos mais debilitados cachorrinhos da viagem, estava realmente muito mal, diria que pelas últimas. Triste :(
Adelar o confortou com água, ração (que nem conseguia mais comer) e deu um remédio, para pelo menos aliviar a dor do pequeno.
Muito papo e o tempo foi passando. Depois o marido da D. Graça nos levou ver o antigo galpão da época de Ford.
Acabamos saindo umas 15h, tarde demais... fomos perceber depois.
Parada para hidratar, ali que começamos a ouvir a trovoada
Zé estava mesmo querendo água
Mas se não complicar, fica chato né… então começou a trovoar… e no meio do caminho da volta na terra choveu. Por sorte naquela hora não foi de balde como de costume na região, mas mesmo assim o piso já ficou liso, terra vermelha úmida não é legal. Foi adrenalina suficiente para dar perda total em algumas cuecas...
dá até um ruim de lembrar nessa terra molhada...
cruzamento entrada/saída BR163/Fordlândia (mapa)
Depois que chegamos todos no asfalto seguimos pela BR163 com mais alguns outros trechos de terra menores, e também pegamos chuva num deles. Mais a frente, aí sim veio de balde a água, mas no asfalto, então foi só aguentar o frio momentâneo e beleza.
Um macaco prego, calda preta, passou na frente da moto, sempre surpreendente esses encontros com animais selvagens.
Mas a encrenca ainda não tinha terminado né… já escuro chegamos em Belterra, dali tínhamos a opção de ir por asfalto até Santarém e depois também for asfalto até Alter do Chão, ou encarar um trecho de terra de uns 26km e cortar por dentro passando pela praia de Pindobal. Se é praia tem areia né, isso já sabíamos, mesmo assim encaramos (a decisão se deu por votação, claro). Tinha muita poça d’água, e areião, resultado foi 1h de viagem “hard” e 8 tombos da turma (só o Zé não comprou terreno… ali!). Novamente só mesmo estresse, força e risadas, mas todos ilesos.
Chegamos em Alter já depois das 20h no Hotel Borari. O Hotel é bonzinho, nada de luxo, mas com quartos amplos. No primeiro dia pegamos um triplo e um duplo, fiquei com a Adelar e Vitor. A propósito, a partir deste hotel, adotamos o sorteio do “dois ou um” para decidir quem ficaria com quem nos quartos.
Nos acomodamos nos quartos do fundo, o que foi ótimo pois é uma área próxima do estacionamento e mais reservada com um pátio em frente que aproveitamos para esticar os varais e nos organizar melhor.
O centrinho de Alter do Chão ficava a um quarteirão do hotel, então fomos dar uma volta e jantar na praça principal. Comi um pirarucu no restaurante Arco Iris, muito gostoso.
Nem preciso dizer que nesse dia estávamos todos completamente esgotados, que dia!!!
Depois do ritual matinal de sempre fomos para a orla do rio. Ali mesmo contratamos um dos diversos barcos para nos levar até a Ilha do Amor bem em frente (que apesar do nome, não é uma ilha, e sim uma península).
Nossa viagem foi em agosto, as águas estavam ainda bem altas, mais até que o normal da época, então havia menos praia, mas isso não tirou de jeito nenhum a beleza do lugar.
Sensacional, praia perfeita de água doce, sem areia grudando com a maresia…
Depois retornamos para o centro para nos encontrarmos com o Zé Márcio (outro…), um amigo do Vitor e do Adelar. Muito gente fina, alegre, de bom papo, espirituoso e conhecedor de tudo ali na região.
Nos levou de carro para almoçar na Ponta de Pedras, por estrada de terra deu uns 30km até lá. Praia bem agradável, estava mais tranquila. Escolhemos os peixes numa banca e ficamos aguardando na água eles prepararem.
Dali fomos para a praia de Pindobal, a mesma que já conhecíamos suas areias hahaha inclusive pegamos chuva ali com o carro, para reviver bem o dia anterior. É bem normal uma chuva forte final de tarde ali na região, sempre breve, 30min e o sol está de volta.
Pedimos de petisco isca de arraia, bem boa, e ficamos ali na água até o por do sol. Nesse horário sempre aparecem os botos pelo rio, mas é muito difícil fotografá-los.
No hotel, tivemos um problema com os chuveiros, que mal saiam água, um estresse, por isso conseguiram mais um quarto ali do lado para amenizar. Depois descobriram que era um registro meio fechado e resolveram.
Fomos comer um hambúrguer ali perto, de um gaúcho que mora lá há muitos anos.
Acordamos mais cedo e aproveitamos para separar a roupa de moto e outras para uma senhora lavar, inclusive depois pagamos a mais ela pois queria cobrar pouco, e sabiamos do trabalho de lavar as calças e jaquetas de moto. Como era dia só de passeios de barco, também levamos as motos para uma família lavar, pois estavam bem feias depois da terra, areia e chuvas. Podem até pensar que é "nuttelice", mas esse tipo de atitude ajuda a comunidade, ainda mais numa época de pandemia que passaram.
deixando as motos no spa
vista do rio da Praia Pindobal
chegada na comunidade Jamaraquá
9h nos encontramos com o Zé de Santarém, e sua amiga Paula, na orla, para pegar o barco que nos levou até a Flona Tapajós.
Floresta Nacional do Tapajós é uma unidade de conservação (UC) federal brasileira, localizada no estado do Pará. Tem área de 549.066,87 hectares e mais de 160 quilômetros de praias fluviais. A unidade apresenta grande diversidade de paisagens: rios, lagos, alagados, terra firme, morros, planaltos, floresta, campos e açaizais. É a UC que abriga a maior quantidade de pesquisas científicas no país
As margens do rio fica a comunidade Jamaraquá, lá precisa pagar a visita para a associação que disponibiliza um guia para fazer a caminhada 10.5km, cerca de 4h30, mata a dentro.
O Zé buscapé foi descalço… deu sorte a trilha estava bem boa. O guia explicou que a primeira parte passamos pela Floresta Amazônica primária, mais densa e de árvores menores, quase impossível de andar no meio dela. Já a secundária são árvores maiores e mais espaçadas, percebe-se bem a mudança de uma para outra no decorrer da caminhada.
O guia tem como trabalho principal da vila fazer os barcos e canoas, ele que vai buscar as árvores caídas pelas ventanias para serem aproveitadas (poucas e só com autorização são cortadas), então era grande conhecedor da flora ali.
caminho das formigas carregadeiras (essas folhas estão sendo carregadas por elas), a floresta está cheia desses caminhos
enxerga o filhote de cascavel?
bicho preguiça ?!?!!?
as armadilhas da mata
A esquerda um formigueiro vertical de formigas Taxi. Essas formigas quando são espremidas ou quando mordem exalam um cheiro forte que serve para os locais como repelente.
Abaixo, coquinho rasteiro, rico em saís. É usado como soro natural, para desidratação.
Acima, resina da Copaiba, uma grande árvore amazônica. Esse tipo de resina vale um bom dinheiro.
Uma das paradas foi na Samaúma gigante, a vovózona de cerca de 900 anos, sensacional!
Seguimos até o que chamam de igarapé, um trecho do rio de águas bem claras no meio da mata. Ali tomamos um bom banho para acalmar o calor.
Retornamos e fomos almoçar na vila, onde previamente se reserva o almoço. Peixes e galinha caipira foi o que pedimos. Claro que tudo feito de maneira bem simples, mas muito saborosa.
Quando fomos sair o tempo começou a fechar, a típica chuva da tarde. Nosso barco não era dos maiores, o piloto achou melhor dividir o grupo com outro barco maior. Pegamos uma boa chuva, vento e água bem batida, mas tranquilo. Paramos na Ponta de Mureta para esperar o grupo e ver mais um lindo por do sol do Tapajós.
Fomos jantar de novo na praça, no Arco Íris, mas dessa vez pedi para experimentar uma panqueca de avium com jambu e tucupi. Avium é um minúsculo camarão de água doce, cada um tem cerca de 5 a 8mm, apesar de pequeno é bem saboroso. O jambu que é uma folha que dá uma dormência na boca e o tucupi que é um caldo temperado e fermentado extraído da mandioca brava, largamente usado na culinária do norte.
Caiu outro balde de água com muito vento enquanto estávamos no restaurante, aguardamos parar um pouco e voltamos para o hotel. Aí uma surpresa… A chuva foi tanta que danificou o telhado. Parte do forro caiu, formando praticamente uma cachoeira e molhando muita coisa.
O hotel nos liberou o quarto ao lado, assim ficou mais fácil de reorganizar as coisas. Da minha parte dei sorte pois roupas não molhou e os eletrônicos eram todos a prova d’água, do Vitor molhou algumas roupas que o hotel providenciou para lavar.
Mais um dia dia de passeios de barco. Dessa vez o barco foi margeando atravessa o Rio Tapajós e entra no Canal do Jari, passando das águas cristalinas para as águas mais barrentas do Rio Amazonas.
Em seguida paramos na casa de uma família ribeirinha, a Dona Rosangela, conhecida como Lana. Casa de palafita, grande, onde tem vários produtos locais para vender, artesanatos e castanhas. Mas as principais atrações são os macaquinhos de mão amarela que ficam nas árvores próximas e vêm até a casa interagir com os turistas. E depois o passeio de canoa pelo canal do Jari, pilotado pela própria D. Lana no nosso caso, mas o marido, genro e filhos também fazem.
O passeio é curto mas muito interessante, é possível ver os tipos diferentes de castanheiras da região, bicho preguiça, pássaros diferenciados e outra infinidade de flora e fauna amazônica. Noutra canoa havia um grupo de turistas bem chatas, que sem respeitar os sons naturais da floresta, faziam uma algazarra inconveniente.
Só os olhos bem treinados da D. Lana para encontrar a preguiça escondida lá no topo das árvores
ouriço já seco da castanha Sapucaia
achou ele? Urutau e sua camuflagem
Cigana, pássaro exótico da Amazônia
D. Lana
Seguimos depois até a Dona Dulce, uma cozinheira da marinha que cultiva vitórias-régias e prepara vários pratos para degustação a partir delas. Chips, brownie, tempura, conserva, pizza, são alguns exemplos que experimentamos.
Acima e abaixo estão fases do processo de cultivo criado pela D. Dulce, onde ela provoca a germinação e depois planta no rio. Interessante notar que essa base espinhenta é a vitória-régia que vai se abrir, os espinhos ficam na parte de baixo d'água. A foto ao lado mostra bem isso.
mamãe morcega com seu filhote na barriga
Na saída, o cabo do leme do barco, rompeu-se. O piloto teve que adaptar um sarrafo ao motor para servir de leme. Um ficava no acelerador e o piloto no motor, só assim foi possível sair do canal.
A próxima parada foi no restaurante do Chef Saulo Jennings, fica as margens do Tapajós em uma localização privilegiada, mais alta. Tudo muito bem preparado. Nesse meio tempo, o piloto do barco, soltou um braço mecânico do motor, substituindo o sarrafo, que serviu como leme e assim voltamos até Alter.
Esse aí no bolinho é o Avium, camarãozinho de água doce
Depois de parar em outro ponto bem tranquilo do rio para um banho fomos para a Ponta do Cururu para ver outro espetacular por do sol.
O jantar foi na República dos Camarões, uma moqueca com frutos do mar e um salmão com risoto, muito recomendado.
Um sorvete caprichado na Sorveteria Boto para finalizar esse dia muito legal.
finalmente consegui tirar a foto dos botos!
Dia light, sabíamos que o caminho até Santarém seria tranquilo, pois o Zé Santarém já tinha nos passado as dicas, assim acordamos sem compromisso de horário. O corpo e a mente entram no modo viagem e acaba criando sua rotina, que no caso era sempre acordar mais cedo, e assim foi, 7h acordado aproveitei e fiz os muito backups. Nessa viagem levei além do celular que faz fotos realmente sensacionais, mais uma câmera de mão a prova d'água que uso para fazer as fotos pilotando, uma sony com zoom de 25x para as fotos mais detalhadas e duas gopro, uma minha primeira (Gopro zero) que ainda está funcionando, e a Gopro 9. Depois fui tomar o café com o pessoal.
O tempo estava meio nublado, um dos únicos dias da viagem assim, e aproveitamos e fomos nos exercitar correndo pelas ruas de Alter do Chão. Foram 4km, com direito a muita chuva. Atravessamos, de barco a remo, para a ilha do amor para se refrescar com um banho e água de coco. Retornamos e o Rubem nos presenteou com duas bandas de tambaqui assados por um morador local, em uma churrasqueira instalada na calçada de uma rua próxima ao hotel, com baião de dois que comemos na área do hotel perto dos quartos.
São Pedro estava bipolar nesse dia, teve mais chuva, mais sol, chuva de novo... Arrumamos as coisas para 15h sair para Santarém, ainda debaixo de garoa, que felizmente parou logo depois da saída.
Chegando em Santarém passamos pela orla para conhecer, e o Zé (Blumenau) teve uma feliz ideia, parar na agência que nos vendeu as passagens do barco antecipadamente ainda em Blumenau, muita sorte... tinham alterado o horário do navio das 14h para 10h, na verdade mudou inclusive de navio, acabou por ser um mais simples, ou velho, nem sei como qualificar.
Zé Santarém, nos encontrou na orla e levou para a casa dele, muito agradável. Lá estava a cadela Nina, uma golden toda querida.
O Zé chamou uns amigos que tocam uma banda de rock, (Banda Savana, @_bandasavana) o Manoel, o filho e um baterista, e a esposa Fernanda.
Enquanto rolava um ótimo rock anos 80, preparei um vinagrete, o Zé Blumenau arroz e o Zé Santarém peixes assados (banda de tambaqui, ventrecha de pirarucu e mais outros peixes), sensacional!
Vista para o porto e os rios Tapajós e Amazonas
Zé e a Nina
Lá pelas tantas, o Zé (de Blumenau) levou uma das motos até a frente da banda, o que acabou dando um toque simbólico à festa. Afinal, foram elas que nos levaram até lá, nos proporcionando muitas alegrias, amizade e aprendizados.
Fomos dormir depois das 24h, para acordar bem cedo na segunda, pois tínhamos o embarque, e já pressentíamos que não seria nada simples.
A casa do Zé é muito confortável, e acomodou todos muito bem, inclusive podendo escolher o tipo de dormida hehe até rede tinha disponível.
continua...
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