Finalmente, depois de um longo e tenebroso período, onde aeroportos foram fechados, países se isolaram e muitas outras anormalidades, retornamos a quase normalidade das coisas... mesmo que agora o problema é uma guerra na fronteira da Europa. Tempos sombrios esses...
Depois de dois anos sem ver nossa filha Giorgia, conseguimos organizar nossa viagem até Berlim, onde ela está morando com o Igor.
Saímos de Blumenau no dia 21/jun a tarde, tivemos um primeiro atraso no voo de Navegantes até São Paulo, mas nada que tenha trapalhado a conexão. Depois na chegada em Frankfurt teve algum problema com malas perdidas, ameaça de bomba, fecharam tudo, ficamos uns 30 min esperando no corredor de embarque.
Aeroporto de Frankfurt
Bretzel, doce e salgado
Chegamos a noite no aeroporto de Berlim, onde ficamos aguardando a Giorgia e o Igor, que também atrasaram devido a um problema na linha de trem... bem anormal hehe
Berlim nos surpreendeu, uma cidade de grande porte, quase 4 milhões de habitantes, totalmente cosmopolita, mas mesmo assim absurdamente tranquila, organizada. Chega a ser irritantemente tudo muito certo!
O casal mora em um belo apartamento na região da Berlim Oriental, um prédio clássico de paredes com 70cm, ótimo isolamente térmico e todo modernizado internamente. A arquitetura berlinense é muito interessante, uma mistura de estilos.
Depois de ficarmos até tarde batendo papo, tomar um bom relaxante banho, fomos descansar para a maratona dos próximos dias.
Acordamos cedo na quinta para tomar um bom café da manhã e depois começar a conhecer a sensacional Berlim, guiados pelos cicerones.
Frankfurter Tor
esquerda: Rotes Rathaus - Prefeitura
direita abaixo: Gendarmenmarkt
Checkpoint Charlie
Berliner Mauer, o muro
Gropius Bau - centro de exposição cultural
Sou sincero em dizer que me decepcionei com a culinária berlinense, esperava algumas coisas mais típicas. Mas como comentei Berlim é uma cidade cosmopolita, inclusive na culinária. Típico mesmo são as Bratwurst (salsicha alemão no pão) e o Currywurst (salsicha alemã assada e servida picada com um molho tipo catchup de curry). Mas são inúmeros os restaurantes orientais, incluem-se ali sírios, árabes, chineses, tailandeses etc
Paramos no almoçopara comer em um deles, o Yarok, sírio. Uma bebida que me apaixonei é o mate gaseificado, tem de várias marcas e alguns saborizados, é muito refrescante.
Por falar em refrescante, era algo necessário, pois a temperatura estava acima de 30 graus nos dias que ficamos por lá na primeira etapa da viagem.
Wandbild Aufbau der Republik - Mural da república
Antigo semáforo
Sony Center am Potsdamer Platz
Memorial do holocausto
Bradenburger Tor, século XVIII
O transporte em Berlim é sensacional, trem, tram, metro, bus, além dos carros, patinetes, bicicletas de aluguel e ainda os motoristas de aplicativos. Não tem muvuca, tudo funciona em tempo, coisa de outro mundo.
Ainda demos uma sorte de a alemanha ter feito um passe de transporte por 9 Euros que dava direito a tudo transporte público ilimitado dentro da Alemanha.
Finalizamos o dia já de noite, apesar de ainda claro, escurecia perto das 22h naquela época.
Passamos de um mercado e fizemos umas compras para comer algo no apartamento.
Curiosidade, andamos cerca de 10 km a pé e mais uns 7km de transportes.
Mais um dia para passear, sexta, 24 de junho.
Primeiro fomos no museu do muro, a céu aberto no lado leste da cidade. Lugar lindo ao lado do rio Spree, com uma belíssima ponte histórica, de dois andares.
O Muro, no lado leste
Oberbaumbrücke, ponte histórica, 1896
Depois fomos visitar e comer algo em um mercado muito agradável, o Markthalle. Comemos um sanduba de porco feito numa barraca onde uma das donas era brasileira. Ali conhecemos e compramos o alho negro, muito saboroso, intenso.
Markthalle Neun
Fomos depois até o Praterbiergarten, onde curtimos um bom tempo a companhia do casal. Cervejas, bratwurst, currywurste outras coisitas. Apesar de já ser tarde, o dia continua...
Fomos conhecer outro memorial do muro, esse muito interessante, pois vai passando por um bairro onde o muro estava, e tem vários marcos e indicações, inclusive os diversos túneis de fuga que eram usados.
Paramos no caminho para pegar um Kebab, em uma das centenas de opções da cidade. Nesse dias andamos 12km a pé e 12km de transporte, uau!
O sábado foi mais tranquilo, visitamos a Ikea para fazer umas comprinhas básicas e depois voltamos para o apartamento onde programammos cozinhar em família. A Giorgia fez uma manteiga de alho negro e eu preparei um eisbein.
No domingo de manhã fomos conhecer o antigo e mais importante aeroporto de Berlim, o Flughafen Tempelhof
O pátio do aeroporto se tornou um enorme parque, onde os berlinenses vão passear, fazer esportes e curtir. Muito agradável.
Dali fomos até a Kaiser Wilhelm Gedächtniskirche memorial, que foi preservada destruida depois da segunda guerra.
Ainda no domingo, final do dia, nos dirigimos para o aeroporto em direção ao Sul da Itália!
Chegamos na Catânia meia noite, pegamos um ônibus que faz o traslado para o centro da cidade e depois a pé fomos até o airbnb que reservamos, a Casa Niré. Uma garagem antiga reformada e modernizada para apartamento. Muito aconchegante.
De manhã fomos passear e conhecer a cidade. Foi uma boa surpresa, achei que seria mais muvucada e sem graça, bem enganado, claro, o que na europa é sem graça?
Anfiteatro romano
Cada esquina é uma novidade, ou melhor, uma antiguidade... o Anfiteatro Romano, as pequenas vielas, o Teatro Antico greco-romano, a cisterna debaixo da praça principal e o Etna ao fundo baforando um calorzinho a mais...
Logo que chegamos na Sicilia já é possível sentir as diversar diferenças culturais em relação as outras regiões da Itália que já tinha visitado. Nas viagens anteriores (foram outras 04) rodei todas as regiões desde o norte até abaixo do centro do país, Costa Amalfitana que fica na Campania.
Foi esse o motivo da escolha desse roteiro, conhecer o Sud Italia, que muitos falam ser a região pobre do país. Já discordava antes de visitar, agora mais ainda.
Sim, é diferente, muito diferente. É mais ou menos como comparar o nordeste com o sul do Brasil, são diferenças muito grandes culturais, e não estou me referindo a diferenças financeiras. Lá em cima é tudo mais germânico, franco, mais alpino, verde... já ali no sul percebece algo mais pra árabe, mediterrâneo, quente, seco. Essa foi a nossa percepção.
Enfrentamos nesses dias forte calor, chegando a 42 graus em alguns dias. A solução era fazer os passeios de manhã e até umas 13h no máximo, depois ir para o ar condicionado e esperar até final da tarde que ficava um pouquinho mais fresco, escurecia bem tarde, isso ajudou.
A culinária é sensacional, muitos frutos do mar, frescos como nunca tinhamos experimentado.
Acordamos e a pé fomos até a estação principal para pegar um trem até a cidade de Siracusa. Aqui vale comentar que transporte público nunca foi o forte da Itália, de norte a sul, sempre muito complicado. Então na maior parte das vezes andar a pé é o mis rápido, e aproveitamos para queimar um pouco as guloseimas da viagem.
Como de Catânia até Siracusa tinha lido queo trem era bem tranquilo, não vimos necessidade em já alugar o carro naquele dia, pois dentro das cidades é sempre ruim carro.
Paramos para um café, claro!
A viagem foi bem agradável, apesar do forte calor, sorte o trem ter ar condicionado!
Chegamos pelas 10h em Siracusa, que fica cerca de 70km de distância, mas com algumas paradas do trem. Fomos direto ao centro da Ilha de Ortigia, dessa vez de uber, até o airbnb La Residenza del Reginale, ótima escolha também. O anfitrião Alberto foi ótimo, deu uma aula da cidade e com um mapa nos deu diversas dicas.
Depois de tour pela proximidade fomos comer o famoso Caseificio Borderi, uma casa frios típicos da região.
Templo de Apolo
Depois retornamos ao apartamento para nos esconder do sol, e sair mais tarde para ver o belíssio por do sol no mar Jônico.
Paramos na via Lungomare Alfeo, uma orla cheia de bares e restaurantes. Por indicação do anfitrião fomos no Mikatu, e pedimos algo para beber. Eu uma cerveja e a Mi um Spritz, e para nossa surpresa vieram muitos acompanhamentos, sensacional.
Paramos para comer uma Zuppa di Cozze (caldo de mariscos) no ristorante Locanda del Collegio e depois fomos descansar.
Depois de um gostoso café da manhã, andamos até o centro de Ortigia e pegamos um taxi que nos levou até o ponto de ônibus da estação central. Nosso destino era o aeroporto de Catânia, e inicialmente pensamos em ir de trem, mas o taxista nos disse que era bem mais rápido de ônibus, e foi! No aeroporto fui retirar o carro que já tinha reservado no Brasil, usando o serviço de concierge do Master Black, aconselho. Dali, de chevrolet Onix, seguimos pela E45, bem tranquila e não pedagiada. Taormina, outra linda cidade da costa leste, bem ao lado do Etna. Pegamos a pousada Casa Blandano B&B, na comuna de Castelmola que é carinhosamente chamada de Terraço de Taormina, por estar mais alto ainda (530m). Uma vista maravilhosa do mar Jônico e do Etna.
Nos acomodamos e depois fomos dar uma volta pela pequena comuna de pequenas vias íngremes e escadas. Paramos para almoçar em um pequeno restaurante, macaroni, uma pasta típica da região. Depois fomos descansar e fugir do calor, para mais tarde descer até Taormina com o ônibus que faz o traslado, da Interbus.
Taormina é mesmo bela, estava toda florida, muito viva! Construções medievais bem integradas com algumas um pouco mais novas, mas igualmente charmosas.
Nesse dia jantamos na Trattoria Mamma Rosa, muito gostoso, e depois fomos experimentar a granita, no Bam Bar.
Na quinta, 30jun, encerrando o semestre, cedo fomos visitar o Antigo Teatro Greco-Romano, um belíssima construção do séc III a.c, inicialmente grega e depois alterada pelos romanos. Uma vista privilegiada do mar Jônico / Mediterrâneo e do monte Etna.
Depois pegamos a estrada, que foram todas muito boas em toda a viagem, e seguimos para visitar a cidade de Savoca, uma pequena comuna mais ao norte da ilha, conhecida por ser locação do Poderoso Chefão (Godfather). Tem cerca de 2mil habitantes e fica numa linda colina a 330m de altitude.
Chegando lá demos sorte que estava liberado o estacionamento na rua ao lado do Bar mais conhecido da cidade, o Vitelli. Foi nele que na saga Michael pede em casamento Apolônia (sua primeira esposa, morta num atentado contra a famiglia).
Outra locação foi a Chiesa di San Nicolò, onde Michael e Apolônia se casam.
A piccola comuna é realmente charmosa, fácil de entender porque Coppola se encantou por ela e decidiu usar como cenário.
Descemos em direção ao litorla para retorna e resolvemos parar na beira mar para comer algo. Não é como no Brasil que a beira mar sempre tem vários restaurantes de peixe e frutos do mar, mas vimos uma porta aberta, Focacceria Rosticceria Gastronomia “Number One” Di Giusi Spataro na praia de Santa Teresa di Riva, resolvemos experimentar, certeiros! Peixinho frito, uma deliciosa polpetta e arancino, acompanhado de uma bebida da região que até hoje não sabemos o que é.
O GPS nos mostrou um outro caminho para Castelmola e seguimos por ele, mas tivemos que retornar pois a estrada foi ficando cada vez mais estreira, terra cascalhada, mato no caminho, uma verdadeira trilha. Faz parte!
Depois de uma descansada na sombra e ar condicionado, pegamos o Interbus de novo para Taormina. Primeiro fomos conhecer a Villa Comunale di Taormina, o Jardim Público, maravilhosa!
O jardim foi criado por Florence Trevelyan, prima da rainha Vitória da Inglaterra, ali era quinta de sua casa. Vale uma pesquisa para conhecer a história completa dessa senhora e do local, é muito interessante.
No dia anterior passamos por um local, a Via Timoleone e achamos ela muito especial, combinamos de voltar ali e curtir o final de tarde. Fomos fazer o happy hour nas calçadas da via, num bar de mesmo nome, Timoleone, que lugar agradável. Depois ali mesmo na via, poucos metros abaixo tem o I Giardini di Babilonia, um ristorante localizado num lindo jardim histórico, com pratos realmente diferenciados.
Ali eu tive uma das, ou a maior, experiência gastronômica até então, Il crudo della pesca locale. O nome já explica, mas traduzindo é um prato feito com peixes, crustáceos, mariscos, tudo cru ou marinado, com o que tem de mais fresco no mercado do dia. O saber é sensacional, uma lambida no mar mediterrâneo.
Iniciando o primeiro dia do novo semestre, com o pé direito, fomos agora mais ao sul da ilha, para Agrigento.
No caminho o Etna, então claro, subimos!
O Etna, também conhecido como Mongibello, é um complexo vulcânico siciliano ativo, o mais alto da Europa. São várias suas crateras e cobrem uma área de 1200 km² chegando a 3350m de altitude.
Para quem quer fazer uma visita rápida, só de passagem, sem trilhas, o ponto bem legal é o Rifugio Sapienza, que fica bem ao lado da cratères Silvestri, poucos metros a pé.
Não são nuvens, é fumaça do Etna
Casa soterrada pelo Etna
Atravessando todo o centro da Ilha da Sicilia, pelas ótimas estradas, fomos em direção sudoeste. As estradas são tão boas por lá que é difícil saber se está numa A, SS ou SP (Autostrada, Strada Statale, Strada Provinciale). Já próximo a cidade é possível ver ao longe as ruínas gregas.
Chegamos já perto do meio dia, aquele calor escaldante, uns 40º, então resolvemos ir direto até a praia Scala dei Turchi, merecidamente famosa. Estacionamos e paramos em um lounge muito legal, achei o valor justo pelo que iríamos usufruir, sombra, bebida gelada, ducha e banheiro, pagamos 15 Euros.
A cidade é mais ou menos, ali achamos um pouco largada, um tanto sem graça. Mas também é bom lembrar que fomos logo após o país reabrir por completo o turismo pós pandemia, então muita coisa ainda estava se ajeitando. Ficamos no B&B Donna Teresa.
Dia cheio, comprido e mesmo assim delicioso, foram 550km de carro e mais um monte a pé.
Primeiro visitamos o Parco Archeologico Valle dei templi, sem palavras... as fotos vão mostrar melhor.
Um complexo de ruínas de necrópoles, templos, túmulos e fortes. A antiga cidade de Akragas (que deu origem ao nome Agrigento), parte da Magna Grécia na Sicília. Rodeado de antigas oliveiras e amendoeiras, tem uma grande área para ser percorrida.
Tempio di Hera Lacinia (Tempio di Giunone)
Arcosoli
Tempio della Concordia i Statua di Icaro caduto
Tempio di Ercole
Tempio di Zeus Olimpio
Terminamos a visita e partimos para agora atravessar toda a Sicilia e entrar na Calábria. Subimos rumo norte para passar pela costa superior da ilha e depois atravessar o Estreito de Messina de balsa. A balsa é grande, com área de descanso e lanchonete. Lembrou bastante o buquebus (Uruguai / Argentina).
Chegamos em Cosenza perto das 17h no B&B Il Palazzo Cosenza, uma ótima escolha, mais que ótima. Aproveitamos o horário e fomos numa lavanderia dar um trato nas roupas, estavam precisando, depois fomos jantar na La Locanda Cosenza, muito agradável e gostoso, recomendo. Gostamos muito da cidade, achamos moderna e ao mesmo tempo charmosa.
Uma das coisas interessantes que queríamos conhecer no sul da Itália eram as cidades fantasmas, nos programas de que assistimos italianos sempre algum explorador vai lá conhecer.
Craco foi uma comuna de cerca de 1mil habitantes que foi abandonada devido deslizamentos. Os moradores foram deslocados para Craco Peschiera que fica numa região segura.
Depois de rodearmos a cidade abandonada, pois não é permitido entrar, paramos numa igreja onde estava tendo uma exposição de fotos. O fotógrafo era morador da cidade e o filho Pietro que apresentava e contava a história.
Eles nos contaram algo muito interessante, a região é rica em petróleo, tem muitas áreas de extração. Contam eles que após a segunda guerra, ainda no governo fascista, fizeram muitas explosões na área a procura de petróleo, e isso que ocasionou o deslocamento das camadas que apoiavam a cidade, ocasionando os desastres.
Craco foi fundada por gregos por volta de 540 d.C., já na era medieval se tornou um centro monástico, uma cidade feudal e um centro de educação. Depois de abandonada foi usada como cenário de vários filmes, dentre eles Paixão de Cristo e 007 Quantum of Solace.
Città di Pisticci
Também por indicação do Pietro de Craco fomos almoçar em uma fazenda hotel chamada Azienda Il Calanco, ótima indicação. Nunca na Europa comemos em num local que servia tanta comida na mesa, Primeiro vieram nos servir frisante, água, vinho, entradas diversas, depois os pratos principais. Foi difícil se controlar.
Pegamos a estrada e continuamos atravessando a Basilicata até a surreal cidade de Matera.
Matera, considerada a terceira cidade mais antiga do mundo, de origem pré-histórica, tem vestígios de mais de 10 mil anos. Os habitantes escavaram suas casas no banco rochoso de calcário e assim utilizadas até a década de 50.
La Città Sotterranea, formada pelos Sassi (os dois Sasso, que significa rocha), o Sasso Caveoso e o Sasso Barisano. As casas muito precárias, escuras, úmidas, com nenhum cuidado higiênico causou inúmeros problemas de saúde. Em 1950 Matera ganhou o horrivel título de "Vergonha da Itália", pois era a pior cidade em índices de saúde. Assim foram retirados todos os moradores dos Sasso e só em 1980 foi destinado verbas para reestruturas as casas de cavernas, criando condições de se tornarem locais habitáveis.
Em 1993 a cidade foi elevada a Patrimônio Mundial pela UNESCO.
Outra cidade cinematográfica, lá foi filmado vários filmes conhecidos, mas atualmente Paixão de Cristo e Mulher Maravilha.
Ficamos no Affittacamere Vicolo Fiore, bem aconchegante. Também comemos muito bem por lá, bem acompanhado de bons vinhos ou boas cervejas.
De manhã fomos visitar o outro lado da Gravina.
Ali estão várias cavernas e igrejas rupestres, muito interessante.
Seguimos depois em direção leste, pertinho do Mar Adriático, para a Puglia (Apúlia), o Valle d’Itria.
Tocamos direto pelas vielas cinematográficas da região para o hotel Il Palmento Hotel Relais, que fica em Locorotondo, bem pertinho de Alberobello.
Um achado no booking, pois se trata de um hotel SPA de nível superior, mas estava com valores muito abaixo. Até desconfiamos na reserva, mas arriscamos. Quem não arrisca não petisca...
Chegamos cedo, antes do check-in, então nos ofereceram curtir a piscina até que o quarto fosse liberado, que difícil ;)
Il Palmento Hotel Relais
Depois de curtir sol e a água, descansamos um pouco no ar condicionado do belíssimo quarto.
A região tem um tipo de construção muito característica, quase única no mundo, os Trulli. Tratam-se de construções de pedras sobrepostas, antigamente sem nenhuma massa de junta. Isso porque na época medieval era cobrado altos impostos de quem tinha moradia, então quando o fiscal vinha eles derrubavam a moradia rapidamente, e depois da visita reconstruíam.
Perto das 19h nos deslocamos para Alberobello que ficava uns 15km somente.
Alberobello tem origem no século V e VI d.c., por agricultores feudais. A região é cercada de oliveiras e amendoeiras.
Nesse dia jantamos no restaurante do hotel, e não foi legal, desaconselho. A porção servida foi ridícula pelo valor cobrado, além de não ser nada de especial a comida.
Já o local do restaurante vale muito a visita, mesmo que para apenas um drink, ao ar livre num trulli histórico maravilhosamente iluminado.
Na terça dia 05 fomos para a praia novamente. O hotel tem um convênio com um lido na praia de Capitolo.
Lido: Striscia di terra pianeggiante lungo il mare. Faixa de terra ao longo do mar. Mas na prática são lounges a beira mar com estrutura completa. Paga-se uma diária para uso ou é normal ter famílias que paguem anuidade como de um clube.
Na volta paramos ainda para almoçar, mesmo que mais tarde no Fronte Mare na praia de Salvelletri. Uma salva de palmas para a culinária da região.
Depois de mais um delicioso café da manhã pegamos a estrada. Fizemos uma parada no conhecido Salumificio Santoro, e claro enchemos a sacolinha para trazer ao Brasil. Produtos de altíssima qualidade e preços muito bons.
No caminho paramos em Ostuni, a cidade branca. Conta a lenda que a cidade foi pintada de branco com cal para acabar com as epidemias como a peste negra, pois acreditavam ser desinfetante. Outra hipótese foi para clarear a cidade a noite, independentemente assim permanece até hoje.
Deixamos o carro na parte mais baixa e subimos pelas pequenas vielas, ao pequeno centro histórico.
Torre a mare
Ainda passamos na Decathlon na entrada de Bari para procurar uma bolsa a mais, para despachar no avião, pois não dá pra ir a Itália e não fazer comprinhas.
Passamos no airbnb Nitto house já em Bari para deixar as malas e depois fomos devolver o carro no aeroporto.
Voltamos de trem até a estação bem próxima ao airbnb, nos acomodamos, tomamos um bom banho e depois fomos apé procurar um restaurante.
Tinha já pesquisado no tripadvisor e fomos no La Muraya Ristorante. Muito bom!
Fomos passar o dia em Pogliano al Mare, uma linda cidade litorânea. Cheio de boas intenções, já tinha pesquisado as locadoras de Vespa da cidade...
Chegamos lá de trem e fomos procurar a locadora, a primeira não tinha Vespa disponível, a segunda (Noleggiami), anexo a uma barbearia nos alugou uma 150cc, mas depois de uma breve discussão. Ele não queria locar a moto sem eu apresentar a PID (Permissão Internacional de Direção), é isso não estava certo, pois o acordo com o Brasil isenta a necessidade. Mas, como sempre sou prevenido, apresentei a ele minha PID.
Foi minha primeira pilotada em uma Vespa, hahahaha, chega a ser engraçada. Uma tobatinha de rodas pequenas, conforto zero.
Uma grande poetização o pessoal falar em fazer a Toscana de Vespa, por exemplo, duvido fazer 150km por dia durante uma semana.
Fomos até Mola de Bari e aproveitamos para almoçar por lá. Demos uma rodada e com ajuda do tripadvisor encontramos a Hostaria Mediterranea. De entrada um bacalhau empanado com amendoas, depois eu fui polvo (novamente) e a Mi uma massa.
Rodamos uns 40km com a Vespa, e já foi bom hehe Voltamos, devolvemos a motinha e fomos conhecer o centro histórico da cidade.
Jantamos no airbnb mesmo, desci e busquei uma deliciosa pizza logo ao lado, bom e prático.
Na manhã seguinte fomos tomar um café numa padaria perto e depois pegamos o transfer para o aeroporto com o dono do airbnb que também faz esse serviço.
De volta a Berlim!
Dessa vez nos hospedamos em um Ibis, que achei muito estranho, nem ter ar condicionado (nem me preocupei em olhar isso na reserva). Por sorte naquela semana a temperatura baixou da casa dos 35º para abaixo de 20º.
Os pais do Igor também chegaram naquela semana para ficar uns dias com eles, assim pudemos reunir as duas famílias pela primeira vez.
Foram 05 dias bem agradáveis com visitas a diversos outros locais interessantes da cidade. Um bem interessante foi uma das antigas estações usadas como refúgio na guerra, outro uma antiga cervejaria que hoje é um espaço cultural.
No último dia ainda dei uma passada na loja principal da BMW para comprar pastilhas de freio (metade do preço) e babar nas novidades da marca que já estavam desfilando por lá.
Pegamos o voo de volta para casa no dia 12jul e chegamos em Blumenau dia 13jul para comemorar os 26 de casados (34 juntos)!