Já inquietos, afinal nossa última viagem foi quatro meses atrás :) resolvemos fazer um novo passeio, agora de carro pela Argentina. Em maio fiz de moto, com um grupo de amigos, um trajeto da Bolívia e Argentina (Clique aqui para ver o relato) e voltei comentando que faria de novo com a Milene. Outra situação foi o câmbio muito tentador ( R$ 1,00 para PA$ 56,00) que permite além de gastar pouco na viagem ainda encher o porta malas de vinhos!
O roteiro foi criado mais pensando na Milene que não conhecia quase todo o trajeto, mas mesmo assim consegui incluir vários locais que eu ainda não tinha visitado, e que lugares...
Saímos bem cedo de Blumenau, às 5h, para evitar o movimento da BR470, deu certo. Seguimos tranquilo por caminhos já bem conhecidos. Chegamos em São Borja no meio da tarde, 15h, para fazer a fronteira, que não levou mais de 5 minutos.
Ali aproveitei para fazer mais um cambio, na casa de câmbio brasileira, pois a argentina que aceitava dólar estava fechada. O rapaz me explicou que era feriado prolongado na Argentina, nem descobrimos qual. Fiz um pix de R$ 1000,00 e peguei mais PA$ 45500,00, somando aos PA$ 17mil que guardei da viagem de maio. Com isso tinha dinheiro para alguns dias.
Como ainda era cedo e eu estava bem disposto na direção resolvemos avanças até escurecer e ganhar terreno.
Fomos parar já em Concórdia, em um hotel nas margens da pista, e que eu já tinha visto ter boa nota, Hathor Hotel. Um bom banho e fomos jantar ali mesmo no hotel. Eu e a Mi temos costume sempre de pedir pratos diferentes que agradem os dois e compartilhar, assim pedimos um risoto e o primeiro Ojo de bife, por sinal um dos melhores. Para beber iniciamos as degustações de vinho, esse eu não curti, a recomendação não foi boa. A Mi curtiu, então de boa.
Fica a dica: na maioria dos restaurantes os pratos são bem servidos, então pedir dois pratos e sempre exagero.
Por ser feriado tinha muitas crianças no hotel, e como eles tem costume de jantar e dormir tarde, o barulho incomodou um pouco. Mas como estávamos cansados, foi por pouco tempo.
O hotel, jantar e vinho ficou PA$ 21mil (nem R$ 400,00 considerando os câmbios mais altos da entrada)
Tomamos o café da manhã 7h30, que estava muito bom, e depois já pegamos estrada.
Segui sentido Rosário, para evitar a passagem pela região mais próxima de Buenos Aires, que é sempre muvucada. Como esperado fomos abordados pela polícia, que já veio com migué e depois de ver que a documentação estava toda certa começou a pedir mais coisas. Extintor foi o problema, resolvido por insistência dele com PA$ 1mil ( R$ 18,00), sem comentários...
Bom, para não me estressa já comecei a procurar nos postos extintor para vender, e acabei comprando mais a frente em um posto Axion um kit com extintos, primeiros socorros, triangulo, colete etc por PA$ 8mil.
Também descobri no caminho que ali na região os postos YPF faziam cambio de dólar, US$ 1 dolar para PA$ 280 no primeiro que peguei 50 doletas e depois em outro 1 para 270, peguei mais 100 doletas.
Paramos numa localidade perto de Rosário, Casilda, e compramos dois lanches de milanesa, foram os mais gostosos da viagem, gigantes não demos conta. Foi lanche da tarde ainda.
Já no final do dia chegamos em General Acha onde eu já tinha visto uma pousada com boas indicações, Complexo Hotelero Wuitru. Fomos direto nela e ali ficamos. Quartos bem grandes, frigobar, bons colchões, tudo muito limpo e preço ótimo.
Tomamos um banho e fomos ao centrinho ali perto para jantar numa cantina familiar indicada, La Moderna. Tudo muito gostoso.
O café foi bem simples, na verdade media lunas servidas no quarto que já tinha café e chá de saquinhos e uma chaleira. Mas isso foi tranquilo pois levei nessa viagem uma geladeira de carro e sempre tínhamos queijos e frios junto. Ali já estava bem mais friozinho, gostoso demais.
Também começou ali pra baixo as paisagens mais bonitas da viagem.
Tempestade de areia, ventos muito forte ali na região.
Embalse Alicura, fica exatamente na divisa das Provincias de Rio Negro e Neuquén, já na Patagônia!!!
Viajar de carro tem muitas vantagens em relação a moto, não desmerecendo a viagem de moto... fomos com a GoPro filmando boa parte do trajeto, então tem muita filmagem e menos fotos.
O caminho foi margeando o Rio Limay, que já uma atração por si só. Tem vários embalses (represas) pelo trajeto.
Como era primavera, as montanhas ainda estava bem nevadas, o que deixa as paisagens sempre mais lindas.
Chegamos em Bariloche perto das 17h30, bastante transito na entrada, e seguimos direto ao centro da cidade. Mesmo tumultuado, essa entrada costeando o lago Nahuel Huapi é muito bonita.
No dia anterior eu fiz uma transferência para a Western Union, PA$ 120mil (com taxas R$ 2130,00). Era nosso primeira operação com a WU, então estava apreensivo. Fomos direto para o centro procurar uma WU para sacar e na Rua Francisco Pascasio Moreno, em frente ao hospital tinha uma Pago Facil que anexo é WU. Fui muito bem atendido, saquei o dinheiro (um bolo) sem problemas e já reservei mais um saque para o outro dia.
Depois fomos das uma volta pelo centro, tomar um chocolate quente na Rapa Nui e procurar um hotel para ficar.
Como não gostamos de ficar muito na muvuca do centro, e estando de carro tudo é mais simples, optamos por um hotel mais afastado. Ao lado do Lago Gutierrez, 10km só do centro, encontramos um oasis chamado Estancia del Carmen.
Fomos muito bem atendidos já na chegada e depois de negociar um desconto pegamos uma suite no andar superior com vista para o lago e as montanhas nevadas. Sensacional!!!
Esse tesouro saiu por PA$ 12mil (R$ 215,00) com café da manhã.
A ideia era sair e jantar em Bariloche, mas... depois de um banho, uma descansada de frente para aquela vista e o bom restaurante do hotel, claro que ficamos por ali mesmo. Pedimos um goulash de cordeiro e uma massa recheada de queijos, tudo delicioso, valeu demais ficar por ali.
Incrível como venta por ali, a noite parecia que o hotel iria levantar voo de tanto que ventava e as árvores balançavam. Dá pra ver na foto como elas naturalmente já se desenham a favor do vento.
A previsão estava meio estranha, até por que estávamos na Patagônia né... pensamos em ir ao cerro Tronador, mas tinha uma caminhada para ver as coisas e com o tempo muito instável poderia não ser legal, então fomos passear pela região mesmo.
Depois do ótimo desayuno, seguimos para o Cerro Catedral, nossa ideia era subir até onde desse para aproveitar a paisagem, mas chegando lá estava fechado por causa dos ventos muito fortes.
Levamos ração e sempre que aparecia um perro, fazíamos a felicidade deles. Costume aprendido com o amigo João Adelar.
Seguimos pelo famoso caminho Chico, eu pela terceira vez, as outras duas de moto. Mas mesmo por caminhos já conhecidos, sempre se conhecem coisas novas, dessa vez muitas.
Primeira parada foi na Parroquia San Eduardo de 1938, estilo montañes.
Passamos na frente da Cervejaria Patagônia km 24.7, como é conhecida. Impressionante o capricho em tudo, do local como um todo. A localização é privilegiada, os ambientes muito bem planejados, a comida muito bem feita e servida, e as cervejas... ahh as cervejas.
Eles ali produzem na mini cervejaria estilos que só são vendidos ali, então é uma experiencia bem exclusiva.
Paramos no mirante mais famoso do circuito com o tempo bem frio, chuvisco e muito vento. Depois passamos na Colonia Suiza, que imaginei algo bem mais suiço hehe, nada demais, um pequeno aglomerado de restaurantes.
Dali então começamos a subir rumo norte, pegamos a Ruta de los Siete Lagos.
São vários os pontos de parada com belas paisagens, lagos, verde, branco... Mesmo com o tempo estranho, não deixa de ser cênica.
Imaginamos fazer parte da ruta e ficar em Villa La Angostura para curtir e dormir. Eu já tinha visto que em Puerto Manzano ao lado tinha várias pousadas, então seguimos para lá. O lugar é muito lindo, no meio de uma península do lago ficam várias lindas casas, pousadas, cabanas. Mas não tinha um centrinho legal com restaurantes por exemplo, então fomos ver Villa La Angostura.
É bem bonitinha também, demos uma boa volta, mas não me encantou de ficar por lá naquele dia. Creio que lá é uma ótima opção para quem quer ficar na região de Bariloche, mas não gosta da muvuca de centros. Me lembrou uma San Martin de Los Andes, só que bem menor (e se parecer com San Martin é um grande elogio!).
Muello Viejo, Puerto Manzano
Lago Correntoso
Lago Espejo Grande
Paramos num dos mirantes para decidir o que faríamos, optamos por ir até Villa Traful, que certamente teríamos algum lugar para ficar. Pegamos o caminho a direita da RN40 pela RP65, já no início comentei com a Milene que a cerração me parecia mais neve que chuva fina. Ainda no asfalto começou a cair uns floquinhos de neve que depois no caminho em vários pontos virou chuva congelada, muito lindo.
São 25 km de estrada de terra, não é rípio. Não tem erosões, naquele dia tinha muitos buracos, normais de chuvas, nada que um pouco de cuidado não resolveu. Lama também não tem, então achei muito tranquilo para fazer de moto também.
O tempo foi variando entre chuvisco, neve, chuva congelada e sol... 2 graus e de madrugada negativo, mas no final do dia abriu o tempo um pouco e parou de chover.
Fomos então procurar alguma cabana para ficar e depois mais tarde jantar. Passamos por uma cabana diferente, daquelas tipo domo. Normalmente os preços são bem salgados para esse tipo de "glamping" (acampamento de luxo). Mesmo assim fomos dar uma olhada, o que eu já sabia ser um problema hehe
Foi a segunda hospedagem mais cara da viagem, R$ 350 a noite, mas valeu muito a experiência diferente.
O domo tem a cama tamanho gigante, um sofá, mesa do café da manhã e um aquecedor a lenha, ao lado o banheiro com chuveiro e banheira com vista para o céu, mas sem aquecimento. Entre as duas estruturas fica a pequena cozinha e um grande aquecedor a gás.
Pegamos de madrugada negativo, o ambiente é muito grande, o aquecedor não dá conta e o aquecedor a lenha tem que manter aceso de madrugada, o que na prática é complicado. Essa seria minha única critica do local, ficou grande demais e compromete o conforto térmico.
Por outro lado tudo é de primeira, toalhas, cobertores bons e bem quentes, então apesar dos meus comentários ainda acho que vale muito a experiência.
Fomos dar uma volta pelo Lago Traful e subimos até o mirante que rendou fotos maravilhosas.
A vila é bem pequena mesmo, a rua principal beirando o lago e muitas hospedagens. Estava bem vazia, um grupo de estudantes e alguns casais pelo que vimos. A maioria dos restaurantes estavam fechados e nos sobrou três opções: o restaurante do hotel Alto Traful, um bem bacana de alto padrão, pedir algo pelo delivery ou ir no mercadinho, comprar algumas coisas e fazer algo na habitación.
Como gostamos de experimentar as coisas locais, optamos pelo restaurante.
O café da manhã é trazido no quarto, e tomar com aquela vista foi sensacional.
O dia amanheceu lindo, frio e sem uma nuvem. O trajeto de volta foi outra viagem, as paisagens mudam muito.
Rio Pichi Traful
Lago Villarino
Chegando na RN40 seguimos norte pela Ruta de los Siete Lagos, parando em vários pontos para as fotos e contemplar as belezas naturais da região.
Lago Falkner
Cascada Vullignanco
Chegando perto de San Martin de los Andes, como ainda era cedo, umas 11h, aproveitamos para subir até o Cerro Chapelco, a ideia era pegar o bonde até a cafeteria no topo, onde fui em 2017. Mas mais uma vez cortaram nosso barato... tudo fechado, só reabriria em dezembro. Paciência... descemos por outra estrada que levava a SM.
Chegando já perto do meio dia fomos primeiro almoçar. Fomos ver um restaurante na frente do lago, ate parecia legal, mas não curti o atendimento e muito turista chegando de onibus. Então sugeri irmos no mesmo que fui as outras duas vezes ali, o Piscis.
Para matar a lombriga da Mi, pedimos um cordeiro patagônico e cerveja.
De bucho cheio, fomos procurar uma hospedagem, o que não é simples por ali, pois as opções são inúmeras, bem legais, de tudo quanto é tamanho e valores. Depois de vermos alguma escolhemos as Las Marias, de frente para o lago, muito confortável e fora de temporada com valor ótimo ( PA$ 18mil).
O padrão das cabanas ali é sempre com cozinha, sala, 2 ou 3 quartos e 2 banheiros.
Depois de nos alojarmos fomos dar uma volta. Pegamos a RN40 beirando o lago e paramos primeiro na Praya Catrite, onde tem um camping muito lindo.
Cyttaria espinosae, também conhecido por seu nome local digüeñe, dihueñe, lihueñe, quireñe, pinatra ou quideñe, é um fungo ascomiceto de cor laranja-branco e comestível nativo do centro-sul do Chile e da Patagônia Argentina.
Pegamos uma estradinha de terra bem em frente ao Catrite que levava até a que descemos do Chapelco de manhã, e ali fica a Casa de Té Arrayan.
A primeira casa de chá da Patagônia, de 1939. Vale a pena pesquisar sobre a história desse lugar. A vista da casa é de tirar o fôlego, os pães, café e doces são muito bem feitos. Pedimos um mix de pão achando que eram pequenos e nem conseguimos comer 1/4, valeu pois levamos para comer na viagem.
Retornamos para a cidade para passear e fazer uma comprinhas. Alguns vinhos, embutidos de cervo e javali, uma peça de queijo de quase 5kg (que saiu uns R$ 110,00).
Nem jantamos, passamos no mercado para comprar algumas coisas pro dia seguinte e pegamos uma daquelas sopas tipo knor, para esquentar a noite foi ótimo.
Dia muito especial... tomamos o café bem cedinho no quarto e saímos em direção ao Parque Lanin, no Lago Huechulafquen. Pegando a RN40 norte, logo depois de passar por Junin de Los Andes pega a esquerda a RP61.
O caminho é muito lindo, terra e rípio. Passa ao meio de um bosque e depois começa a margear o lago. São vários os campings e pontos de parada durante esse trajeto, um mais lindo que o outro.
E lá no fundo, de protagonista, está o Vulcão Lanin, muito imponente.
Depois de visitar a Igrejinha Maria Auxiliadora del Paimun fomos fazer um café da manhã bem especial.
Levamos para a viagem equipamento de camping, para exatamente esse dia. Esquentei uma água para o café e a Mi preparou a mesa.
Depois foi só sentar, bem acomodado e firme para não sair voando com o vento, e apreciar a natureza exuberante desse local.
No roteiro pensado inicialmente, dali do Lanin seguiríamos para Las Leñas diretamente. Mas em San Martin de los Andes um senhor nos falou da Villa Pehuenia e do caminho até ela que valeria conhecer. Então resolvemos fazer isso, nova mudança de planos, para melhor sempre.
O caminho é pela RP23, paralela a RN40 mas mais perto da fronteira do Chile. Do trevo da RP23 com a RN40 até a Villa Pehuenia são 165km, e mais da metade é rípio.
A Villa Pehuenia é uma península no lago Aluminé já no extremo oeste, poucos quilómetros da fronteira com o Chile, no paso Icalma.
Fizemos um passeio pela península, muito bonita, muitas cabanas para aluguel. As ruas são todas de terra, calçamento só na entrada perto da rodovia numa que é o centro comercial. Começamos a procurar algum lugar para ficar, paramos primeiro no Hotel Península de los Coihues que está em construção ou reforma pelo que vimos. Bem interessante, seria ótima opção, mas queríamos algo mais perto do lago. Chegamos até a Hosteria La Balconada, e já nos apaixonamos pelo local. Nos deram um quarto de frente para o lago, muito confortável.
O hotel também tem um ótimo restaurante, com vista para o lago também. Hospedagem e Jantar (dois pratos com vinho) ficou PA$ 26mil.Fizemos um passeio pela península, muito bonita, muitas cabanas para aluguel. As ruas são todas de terra, calçamento só na entrada perto da rodovia numa que é o centro comercial. Começamos a procurar algum lugar para ficar, paramos primeiro no Hotel Península de los Coihues que está em construção ou reforma pelo que vimos.
Bem interessante, seria ótima opção, mas queríamos algo mais perto do lago. Chegamos até a Hosteria La Balconada, e já nos apaixonamos pelo local. Nos deram um quarto de frente para o lago, muito confortável. O hotel também tem um ótimo restaurante, com vista para o lago também. Hospedagem e Jantar (dois pratos com vinho) ficou PA$ 26mil.
Café da manhã com vista de cinema e fomos pra estrada...
O dia prometia ser interessante, uma distância considerável, rípio da RN40 e o destino Las Leñas. Um caminho normal seria continuar subindo a RP23 até Las Lajas já na RN40 e subir, mas nos avisaram que a pista estava interrompida por causa das neves do inverno. Então seguimos até Zapala, por uma RP que a maior parte estava rípio e dali RN40 ao norte.
Vale comentar que essa RP23 foi uma das estradas mais lindas que já percorri, aconselho muito fazer esse trajeto.
A subida da RN40 foi tranquila, um trecho que rende muito bem. Em Chos Malal paramos para abastecer e seguimos. Mais a frente depois de Ranquil do Norte veio o rípio. No início dele estava bem ruim por causa das costelas de vaca, trepidava tudo em qualquer velocidade, depois melhorou e aí vai variando, padrão.
No trecho do rípio encontramos um casal do Brasil rodando de bicicleta. São gaúchos de Ivoti e estão na estrada pedalando desde início do ano, vão até o Ushuaia.
Quem quiser acompanhar eles, segue no @baita.role aproveitem e façam uma contribuição, merecem.
Continuamos... depois que saímos do rípio, acima de Bardas Blancas, o sensor de pneu acusou baixa pressão do pneu traseiro esquerdo.
Parei, calibrei (levei compressor) e segui, mais a frente baixou de novo, comprovando que tinha mesmo algo errado.
Levei um pneu extra, mesmo tendo o estepe (que é daqueles finos), por garantia de um rasgo maior.
Chegando em Malargue fui abastecer e já aproveitei para perguntar de uma gomeria. 15 minutos e resolvido, era um parafuso de uns 2cm... suerte!
Por sorte foi rápido pois já era 18h e ainda queria chegar em Las Leñas parando em dois pontos que ainda não conhecia.
A RP222 é a via de acesso a Las Lenas, segue ainda um pouco até o Valle Hermoso e acaba por ali pertinho da fronteira com o Chile. É muito linda. 38 km do trevo da RN40 fica em uma entrada um tanto escondida a Laguna de la Niña Encantada. O horário não ajudou pois não batia sol nela, mas já se percebe a cor da água esmeralda e muito límpida.
15 km a frente outra parada bem interessante, o Pozo de las Animas. São duas formações geólicas (dolinas). Formam dois poços enormes e profundos, muito bonitos.
Chegamos em Las Leñas já com baixando o sol, o que ajuda muito nas fotos. Fio direto no hotel que fiquei em maio, o Acuario. Acomodados fomos dar uma voltinha, fotos e depois jantar.
Tinha somente nós e uma família de três, achamos que na vila toda. Las Lenãs é uma estação de ski, uma ou a mais famosa da América do Sul como dizem, vive do ski uma temporada por ano, o resto fica deserta, nem sei como se mantém. Mas o lugar vale a visita, paisagens maravilhosas e a tranquilidade.
Após o café fomos fazer um passeio. Pegamos a continuação da RP222 para ir visitar o Valle Hermoso, a laguna encantada e mais vistas lindas. Mas... gelo na pista, bloqueando 100% do caminho, sem condições seguras de atravessar. Fizemos algumas fotos e retornamos para pegar a estrada.
Outro dia que prometia, e se confirmou... pegando a RN40, mais a frente em El Sombrero a direita pegamos a RP144, uma reta absurda de quase 70km e virei para El Nihuil, um balneário bem charmoso.
Ali fica o início (ou fim) da RP173 que atravessa o surreal Cañon del Atuel, margeando o rio de mesmo nome.
Primeiro a estrada contempla a vista de cima do canyon, na sequência vai descendo até chegar na beira do rio e vai cortando por dentro. A formações rochosas de diversos tipos chama atenção, algumas parecem esculturas. As filmagens vão dar uma ideia melhor da beleza.
E lá no final (ou início :)) está o Embalse Valle Grande, de tirar o fôlego de tão lindo. Paramos em um quiosque La Barra, com um deck de frente para o lago, pedimos uma bebida e uma Truta, a melhor da viagem, além de deliciosa era inteira e gigante.
Depois de relaxar por ali voltamos para a estrada, contornando San Rafael e voltando para a RN40. Já tínhamos separado três locais para ver hospedagem.
E o escolhido não poderia ser melhor, uma fazenda vinícola em Maipú, a Posada Cavieres Wine farm.
Nosso quarto tinha a varanda de frente para o parreral, isso já valeu tudo.
Como chegamos cansados resolvemos jantar ali mesmo, e estava bem gostosa a comida, foi um Ojo de bife e uma bandiola.
O tempo não ajudou muito, mas também não atrapalhou tanto hehe
Fomos para o centro fazer saque na WU, comemos algo e fomos até o Cerro de la Gloria. Ali começou a chover um pouco.
Descemos e fomos dar uma grande volta pelo Parque General San Martin. Paramos as margens do lago do Clube de Regatas e demos uma gostosa caminhada em torno dele todo.
Dali fomos as comprinhas, no Carrefour. Compramos a cota de vinhos, 36 garrafas, e várias outras coisas. Aproveitamos e compramos pão, burrata, tomates, azeite... pois tínhamos uma truta defumada que compramos em San Martin de Los Andes, e estava esperando para degustar ela em um lugar especial, assim fizemos nosso jantar no quarto da pousada.
Na manhã da quarta, depois do café, fomos até a Olivícula Laur. Minha terceira visita nela, mas agora de carro podendo comprar muito azeite. Fundada por um imigrante francês, Francisco Laur em 1880, em 2010 foi comprada pela família Millan e agora em 2022 é a número 01 do mundo na pontuação. Além dos azeites, também produzem Aceto balsâmico, de ótima qualidade também.
Uma curiosidade foi que dessa vez consegui comprar o azeite em latas, que antes não era mais produzido, mas com a falta de vidro por causa do pós pandemia estão com alguns tipos de latas, bem bonitas.
A tarde fomos na Bodega Renacer onde reservamos um almoço armonizado. Chegando lá primeiro foi feito um tour pela vinícola que é muito linda. A administração está numa torre toscana, origem da família que é chilena.
A comida estava divina, o cardápio tem duas opções para cada etapa, sempre pedimos diferente para conhecer tudo.
Uma entrada, prato principal e sobremesa, tudo acompanhado de vinhos da casa que combinavam com cada um dos pratos. Muito bom!
Voltamos para a pousada para descansar. A ideia até era voltar para o centro de Mendoza, mas a preguiça falou mais alto. Então pesquisamos algum lugar mais perto para ir jantar. A Tapiz foi a escolhida. O local é lindo, mesmo a noite e chovendo já encantou.
Mas sinceramente, mais nome do que boa... o azeite e o vinho deles estavam ótimos. Mas a comida deixou muito a desejar, faltou sabor e quantidade (porção absurdamente pequena).
Saímos de Mendoza com céu azul, poucas nuvens, mas sabendo que não seria assim durante o dia. Só não imaginamos a intensidade...
Em San Luis, uns 250 km a frente começou a chover forte, mas muito forte. Era como água caido de balde, isso foi durante uns 500 km, sim 500. Visibilidade bem prejudicada mantive uma velocidade entre 90 e 100 km/h, só depois que baixou a intensidade pude aumentar a média.
O maior problemas são os sulcos formados pelos pneus de caminhões do asfalto que acumulam toda a água, formando duas canaletas de água.
Fora isso, a vantagem é o baixíssimo movimento e as grandes retas. Nesse trecho também passamos por cidades maiores que acabam sempre atrasando, como por exemplo Santa Fé e Paraná.
Mesmo assim, ainda acho que rendeu bem o dia. Chegamos 19h30 em Villaguay, cidade que dormi na viagem de maio desse mesmo ano, quando foi de moto. Fui no mesmo hotel, Las liebres, mas infelizmente não tinha vaga, então ficamos no Plaza Villaguay, na plaza central.
A cidade nem parecia a mesma, em maio estava vazia, era um domingo ou feriado, não me recordo. Mas quase não se via uma alma na cidade. Dessa vez a cidade estava bombando, cheia, movimentada, bem interessante. O Hotel Plaza é simples, um tanto acabadinho, mas mesmo assim estava tudo bem tranquilo. Fomos jantar no mesmo resto que já conhecia, e pedimos um delicioso sanduba de milanesa e uma cerveja!
Acordamos bem cedinho, antes do café da manhã do hotel, 6h já saímos.
Caminhos bem conhecido, basicamente uma reta sentido norte. RN14 debaixo de chuva também a maior parte do dia. No meio da tarde que deu uma trégua, já chegando perto da fronteira.
Optamos por entrar por Dionísio Cerqueira (Bernardo de Irigoyen) pois quisemos parar do Free Shop para mais uma compras.
Como chegamos umas 16h e terminamos as compras antes das 18h, resolvemos seguir adiante até escurecer.
Paramos em Pato Branco no Paraná, em um hotel na estrada muito bom, o HPR. Anexo tem um restaurante que nos surpreendeu pela comida gostosa, muito bem elaborada.
Sempre um desafio rodar em nossas estradas. Não só pela qualidade normalmente muito ruim, mas o relevo também não é fácil, muita serra. A viagem iniciou com estrada muito esburacada, a BR280, aí veio um trecho muito grande em obra, ficamos parados uns 20min e mais uns 30min para atravessar o trecho todo. Mas... eles estão concretando toda a serra, está ficando sensacional. Depois andamos muitos quilómetros nesse concreto já finalizado, um tapete.
Aí viemos quebrando por SC, por caminhos bem conhecidos que sei que apesar de travados por curvas, pelo menos se anda o tempo todo. Quis evitar a BR470.
Chegamos em casa cedo, umas 14h30. E como sempre falamos, viajar é ótimo, mas voltar para casa é divino!!!