Depois de uma pausa no Projeto Abraçando Santa Catarina devido ao calor, aproveitei o outono, a melhor época do ano para viajar de moto na minha opinião, para fazer mais algumas cidades do Oeste catarinense.
Saí cedo na terça, 04/junho24, 6h ainda bem escuro, temperatura 16 graus e tempo seco. Mesmo assim ainda peguei movimento na estressante BR470. Um pequeno trecho duplicado em Indaial, Rio do Sul totalmente parado e para ajudar iniciou chuva fraca mas constante que me acompanhou até perto de Curitibanos. Depois o tempo abriu, com máxima de 22 graus, muito agradável para pilotar.
A primeira parada desse roteiro foi em Lacerdópolis. Pequena cidade com população próxima a 2300 habitantes, fica 513 m.a.n.m. Por volta de 1910 com a construção da linha férrea ligando SP ao RS a região começou a ser ocupada por não indígenas. A maior imigração foram de gaúchos da região de Caxias do Sul e Bento Gonçalves. Muito bonita e bem organizada, tem como principal atividade a produção de aves e suínos.
A Igreja do centro é muito linda, fiz umas filamgens com o drone e depois segui viagem.
Eu costumo brincar que pilotar pelo oeste catarinense e andar num chiqueiro, parece que estamos lambendo a bunda de um porco o tempo todo, o "aroma" é constante na região.
Paróquia São Francisco das Chagas
O Oeste tem a maior concentração de cidades do estado, ficam muito próximas, em média a cada 20km de distância.
Ali também é o Vale do Contestado, palco de uma guerra que durou quase 4 anos, uma disputa de limites entre Paraná e Santa Catarina e a expulsão de posseiros para a construção de uma estrada de ferro.
Irani um pouco maior, com cerca de 10200 habitantes já acima dos 1000 m.a.n.m, foi também colonizada principalmente pelos gaúchos.
Prefeitura de Irani
Na sequência três pequenos munícipios com 15km de distância entre si, Lindóia do Sul, Ipumirim e Arabutã. As três como o mesmo perfil econômico da região, aves e suínos, mas também muita madeireira.
Igreja Puríssimo Coração de Maria, Lindóia do Sul
Prefeitura de Ipumirim
Arabutã
Imaginei que Seara fosse maior, tem cerca de 17mil habitantes, ainda assim o segundo maior município do roteiro, somente Chapecó (210mil hab) foi maior.
Minha primeira ideia era dormir por Seara, mas realmente não me agradou, não vi nenhum bom hotel, então resolvi rodar ainda mais um pouco no dia, já que era 16h e deveria escurecer pelas 18h.
Segui pela SC155 sentido norte até a pequena Xavantina, que fazia parte de Seara e em 1963 foi emancipada. Hoje tem cerca de 4000 habitantes.
Paróquia São Daniel, Seara
Prefeitura de Xavantina
Prefeitura de Arvoredo
Voltando pela mesma SC155 agora para oeste parei em Arvoredo. Ainda menor, com cerca de 2600 habitantes, fundada em 1992 e banhada pelo Rio Irani. Já sendo 17h toquei mais 23km até a grande Chapecó.
Logo na entrada da cidade procurei um hotel bom e que tivesse boa internet e TV a cabo, pois a minha filha Giorgia estreava no Master Chef Amadores 2024, e claro que eu não poderia perder!
Fiquei no LH Plaza, que recomendo. Nesse dia foram 550km, então pedi um lanche no hotel mesmo e depois aguardei começar o programa as 22h30. Acabou terminando depois das 00h30, mas valeu a pena, ela ganhou o avental e estava dentro!
Na quarta sai um pouco mais tarde do que pretendia, pois dormi muito tarde, então 8h comecei a rota.
Peguei bastante cerração indo até Paial. Foram 33km por uma estradinha muito linda, uma descida no meio de muito verde.
Paial fica a beira do Rio Uruguai, que é a divisa natural entre SC e RS. Sia origem está diretamente ligada ao rio, que na épocas de cheia escoavam madeira contrabandeada para Argentina. Tem hoje cerca de 1600 habitantes e foi oficialmente fundada em 1995, mas tem história documentada desde a decada de 20.
Retornando pela mesma estrada, a única que atende a cidade, voltei para Chapecó para registrar com fotos, apesar de já ter visitado várias vezes.
Catedral Santo Antônio, Chapecó
O Desbravador
Fundação: 1982
População: 260mil habitantes (6a maior de SC)
Altitude: 670 m
Cidade muito histórica, tem relatos do século XVII. Por volta de 1775 foi explorada por Espanhóis e Portugueses por conta do tratado de Madri. Depois disso muita história e disputas de território. Somente em 82 foi oficialmente emancipada.
Seguindo o roteiro, Guatambu, com 4mil habitantes, fundada em 1991, está quase no limite do estado com RS.
A prefeitura estava escondida então fui registrar a Igreja que me pareceu ser a principal, e era a Matriz.
Braço do Rio Uruguai na BR484
Beirando o Rio Uruguai fica Caxambu do Sul, população próxima de 4mil habitantes e com colonização de origem gaúcha em 1883.
Muito organizada e bonita a cidade. Na sequencia Planalto Alegre, com 2900 habitantes.
Caxambu do Sul
Planalto Alegre
Águas de Chapecó
Novamente às margens do Rio Uruguai tem duas pequenas cidades Águas de Chapecó e São Carlos. São separadas pelo Rio Chapecó que se encontra ali mesmo com o Rio Uruguai.
Águas de Chapecó, mais nova, fundada em 1962, população de 6500 habitantes (que deviam estar escondidos).
São Carlos, muito bonita, uns prédios mais históricos, uma linda Igreja matriz, 11mil habitantes. Região de águas termais, por ali tem alguns hotéis interessantes.
Igreja Matriz de São Carlos Borromeu
Agora subindo, passei por Cunhataí e na sequência por Saudades, onde parei para comer algo.
Prefeitura de Cunhataí
Cunhataí
Saudades é um pouco maior, 11mil habitantes, um centrinho mais movimentado. Parei em um restaurante central, bem raiz, e fui muito bem atendido pelo proprietário.
Voltando para a BR282 e iniciando o retorno, sentido leste, retornei ao município de Águas Frias que visitei início do ano, para registrar com o drone o Salto Meia Lua. O caminho que escolhi foi pela parte alta, então não cheguei a fica no mesmo nível do salto. Estavam fazendo umas obras na parte baixa, muitos caminhões caçamba.
Segui para mais um município para registrar, Nova Itaberaba (4,4mil hab)
Galinhada, com pescoço de galinha
Salto Meia Lua, Águas Frias
No meu roteiro tinham três cidades para visitar, mas em uma região um pouco mais complicada de acessar, que já deixei de fora na viagem do início do ano, Marema, Entre Rios e Lajeado Grande. Como acabei saindo mais tarde, novamente ficaria complicado visitar as três, iria escurecer no meio do caminho.
As estradas por ali são bem ruins, muitos buracos, carros que se atravessam na pista etc, assim deixei para uma próxima novamente.
Continuei a BR282 sentido leste (casa) até começar a escurecer, que foi em Erval Velho. Lá tem um hotel muito bom, o Gringo, fica na BR282 mesmo. Novinho, tem só dois anos, e agora ainda entregaram mais quartos novos. Ótimo custo benefício e ao lado tem o restaurante do posto BR que é também do mesmo dono.
Para quem não sabe, Gringo é o termo que foi dado pelos alemães aos italianos que chegaram no RS.
Na quinta cedo, 7h peguei estrada. Tinha uma cidade no meio do estado que não consegui fazer em outro roteiro e a ideia era fazer como último município do projeto. Mas como deixei as três novamente, resolvi fazer essa, se chama Timbó Grande. Fica na região de Canoinhas, mais ao norte, a 1000m de altitude.
A região ali além de italianos e alemães, tem também bastante Poloneses, por isso se vê algumas igrejas de madeira com arquitetura bem característica.
Retornei pela belíssima SC477, bem mais tranquila que a BR470.
19 municípios visitados em 3 dias e 1450 km rodados